Mas, gente, que ano!!! 

Eu, particularmente, no meio dessa pandemia toda, tô muito feliz de estar em casa, com as crianças, curtindo o final de ano. Até tenho vontade de viajar, de curtir um mato, de estar num rio, numa natureza, vendo verde, sentindo cheiro de terra molhada mas, honestamente, tô optando por aceitar o que 2020 me trouxe nesse momento: a pausa. 

Dessa pausa obrigatória, parada para todos do planeta, eu tirei muita coisa interessante. Movimentos inclusive. 

Em março, vi o mundo pausar. 

Se reorganizar. 

Eu, que tava correndo a maratona, já nos finalmente, arrasada por não consegui acompanhar o mundo, confesso, que fiquei feliz com a pausa generalizada.

Antes que me apontem mil dedos: NÃO, não estou feliz com a pandemia. Como estaria? Não acredito que haja algo bom nela. Não faço a linha Pollyana de que querer apagar toda a tragédia que veio dessa situação. Mas, eu preciso confessar que olhando em perspectiva, do jeito que estava indo a rotina, eu não sei onde eu iria parar. 

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Num burnout, talvez. 

Num tratamento médico qualquer, talvez...

Num mãenicômio, com certeza.

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Isso, porque eu estava enlouquecida, sustentando um modelo de vida que estava me sufocando. Dormindo pouco, trabalhando muito, me sobrecarregando com uma rotina de filhos, escola, estrutura de vida, transporte, trânsito, supermercado, dívidas... os meninos em escolas novas, eu testando ensiná-los a fazer mais coisas em casa e até a andar sozinhos duas quadras entre a escola e o meu trabalho, tudo junto. Em fevereiro, foram quase R$1000,00 de uber gente. Eu, com todo um plano financeiro na vida para pagamento de dívidas, gastando isso com deslocamento? Honestamente, não tinha como seguir muito longe. 

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Então, a pausa de 2020, sendo mundial, me tirou dois pesos das costas: 

1. o peso de acreditar que só eu não estaria dando conta.

2. o peso da minha própria rotina, uma espiral que não me levava exatamente à evolução.

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O trabalho logo se acomodou para ser feito remotamente (uma pena que logo nos meses seguintes, tivemos uma redução substancial no pagamento mas, agora sim, fazendo a Polyanna: pelo menos tinha algum pagamento e ainda fui mantida na empresa) e o custo de transporte foi à zero bem como o custo com besteira e alimentação na rua. O desafio, a partir dali, passou a ser adaptar a rotina para acomodar tudo o que fazíamos fora, agora, dentro de casa.

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Não demorou muito pra que eu concluísse que seria uma oportunidade única de estar efetivamente perto das crianças mas, também não demorou pra eu me frustrar pelo fato de não conseguir ser mãe, faxineira, cozinheira, workaholic, instrutora de atividade física, recreadora e também PROFESSORA. 

ESCOLA FAZ MUITA FALTA e HOMESCHOOLING NÃO É MINHA PRAIA.

Levou tempo mas, a rotina se acomodou e eu consegui me reinventar fazendo várias atividades online, remuneradas e não-remuneradas. Recebi ajuda financeira de lugares inesperados, inclusive do pai das crianças. Devi três meses de aluguel, cheguei a pegar cesta básica num certo momento mas, quando a coisa ia ficar difícil mesmo, pintou trabalho significativo e a Dona Pindaíba não fez casinha perto não. Sorte? Não sei não. O fato é que não deixei a peteca cair. (In)Felizmente, senti que fui preparada para esse momento e acho que consegui ficar firme (que nem gelatina) só por conta de um monte de infortúnio passado que, agora compreendo bem, serviu de treinamento. Nem terapia eu fiz nesse período, gente.

Infelizmente, perdi meu tio Zé na pandemia. Tive alguns parentes internados. Muitos amigos infectados. Eu mesma fiz teste duas vezes com suspeita. Uma roleta russa sem pistola, onde a bala é invisível e tem calibre vírus. Cada vez que saímos à rua, que recebemos uma encomenda, entrega, o que seja, há um risco. Mas, o fato é que estamos por aqui ainda, firmes e fortes e eu, tô bem tranquila de não estar naquele reveillon de loosho na reserva florestal dos meus sonhos. Tô feliz de, até aqui, estarmos bem e vivos.   

 E é por isso que me deu vontade de escrever aqui. Afinal, tô nas férias coletivas, arrumando papelada, revendo minha vida financeira pra 2021 que ainda não está exatamente acomodada não. Mas, esse ano saio integralmente das dívidas adquiridas no período da separação (2013) e calotes (2015). E, estou me educando para que esse seja o primeiro ano de muitos de efetiva prosperidade e abundância em minha vida. 

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Acho que volto em breve pra fazer mais algumas reflexões: quero voltar a falar do Vitor, quero falar da minha irmã, quero falar do machismo nosso de todos os dias, quero falar de assédio moral, quero falar de redes sociais e presença digital. Quero falar de rabanadas, quero falar de coincidências e sincronicidades), enfim... Já listei uns 08 temas aqui. Vamos ver se dou conta.

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Por hora, se não volto esse ano (NÃO SEI, hahah) fica um feliz 2021 pra cada um de vocês que não me lêem ou, o fazem muito tardiamente. Que a partir daqui, você consiga se autoconhecer. Porque só assim, através da auto compreensão e conhecimento, é que as coisas ficam mais leves.

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Um beijo imenso.

foto: do insta de Reese Witherspoon mesmo :-)





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