Oh gosh, esses dias tem sido insanos. Ao mesmo tempo em que eu sinto que tem uma virada muito louca chegando, eu sinto o enjôo dessa virada antecipadamente. Seja no trabalho, seja nas relações com as pessoas, seja na parte sentimental, maternal... enjôo e tontura é básica e literalmente o que sinto.

Obviamente não tem sido fácil. 

Obviamente tem sido meio polêmico.

Obviamente a certeza não se avizinha.

Obviamente disfarçar as coisas não é o meu forte e quem me rodeia saca e sente que tem algo estranho no ar. Agora, pergunto. Depois de 1 ano e 9 meses de pandemia, quem é que te rodeia? Qual é o pente que te penteia? (hahaha essa última foi pra rimar e lembrei da música do Planet Hemp enquanto escrevia.)

Nesse último mês, tive uma conversa forte com o Vitor sobre abandono, rejeição, dor e responsabilização. Ele desligou a chamada, pois só pode falar comigo clandestinamente quando vai de uma consulta médica pra casa e vice-versa. E não voltou mais. Não voltou mesmo. Desconversou. Me ignorou. Obviamente que isso aflorou a mesma situação já vivida e relatada nesse blog. A Keila madura abre espaço então pra jovem adulta apaixonada e rejeitada.... Mas, a Keila madura não quer e não aceita mais isso. E então, tomei a ação: afastamento online pra arrematar o afastamento que é físico.  Pra quê a pessoa dá um gelo virtual numa relação de 20 anos que é construída em cima da ausência concreta do toque e da presença? Crueldade em cima da crueldade... Falta o afastamento emocional, que é algo um pouco mais difícil. Eu penso nele com muito carinho, eu sinto muito que seja assim. Depois da ida de Carol, a gente prometeu estar em contato, pra não se abandonar então me pergunto. Por que essas atitudes e porque eu preciso tolerar? Eu não quero ser tratada assim mais, por ninguém. Dá um gosto de amargura mas, me parece melhor e mais sensato. Para dar o passo adiante inclusive. 

Claro que o pacote não poderia ser incompleto. Mais ressuscitamentos deveriam acontecer. 

Sr Wellington primeiro... com uma conversa de que "por que não demos certo?" "vamos nos encontrar?" Ele com a foto de perfil do filho mais novo (ele não ficou comigo mas, se casou e teve um bebê) Eu, que não estou disponível, deixei ele mesmo jogar o lastro e se enrolar. Ele marcou um encontro de forma estranha ("eu vou passar aí em Botafogo daqui a pouco e te ligo pra encontrar"). Amigos, eu nem tinha dado o endereço de onde estou. Claro que ele nunca foi a Botafogo. Não sei se porque não demonstrei empolgação, mas curiosamente depois dessa mensagem, ele sumiu. E apareceu no dia seguinte com mil desculpas de coisas mirabolantes que haviam acontecido com ele. Same story, always (porque essa gente cruza meu caminho meu Deus). A última mensagem está lá sem responder porque não há o que dizer para quem não é ponta firme. Com alguém assim, nem amizade dá pra ter, simplesmente porque não é possível contar com a pessoa. 

Agora a surpresa e ele recai sobre as mesmas questões que eu disse pra ele estarem claras desde sempre, sobre o "porque não deu certo."  e Sr Colin reaparece também para me contar que sonhou comigo. Que ele estava quase num pesadelo, sufocado e que acabava ouvindo minha voz em meio a água de um banho que tomava e essa minha voz limpava todas as angustias dele... e ele me agradeceu "E lembrei pqp na adolescencia vc foi uma das poucas que me entendia.".... eu fico com a questão: quem me entendeu na infância, na adolescência, na vida adulta? Quem? Eu sou psicóloga desde quando minha gente? Conversamos uma  conversa boa e rememoramos algumas coisas

São muitos os seres humanos cisgêneros masculinos que voltam depois de anos para me agradecer. São escrotos comigo, são crueis e voltam para reconhecer a babaquice, pedir perdão e ver se seguem com a amizade minha, que, de alguma forma eles reconhecem como valiosa. Para mim, é absurdamente desgastante tudo isso. Pior que, como há uma frequência, EU SEI que não reside neles a responsabilidade da situação. Ao contrário, reside em mim. 

Não se trata de culpa, de errar, nada disso. Mas, tem um padrão de comportamento meu que acabou gerando relacionamentos que terminaram assim, gerando esse ciclo de consciência posterior. Seja porque eu antevejo situações, seja porque eu vejo nas pessoas potenciais futuros delas e não o que elas podem me oferecer no presente, seja porque eu não ME vejo com valor suficiente, me colocando sempre ao lado daquilo que ainda não se revelou ou explodiu de fato. Seja porque me venderam uma ideia de que, como mulher, eu deveria ajudar o homem a construir algo... ou que apenas juntos é que se constrói algo... Essa conversa pode servir a muita gente, serviu a todos eles, inclusive... todos tem vidas construidas com suas mulheres (ou sem elas já)... 

Esse padrão não é nem nunca foi pra mim. Eu já deveria ter ME construído e passei anos na conversa errada. O meu amor está aí (STU foi a amostra né) só que só vamos encontrar quando for a hora, se for hora inclusive. Esse encontro não poderia pautar nada do que eu tenho a fazer na vida. Não mesmo. E quando é que eu iria acordar pra isso? 

Minha conversa com Vitor foi sem permissão dele, tava me queimando no peito, não pedi licença pra falar de coisas tão profundas. A forma como ele lidou me decepcionou muito... Por que eu achei que seria diferente? Não é culpa dele e nenhuma das histórias são culpa de ninguém. As pessoas dão aquilo que são capazes de dar, e porque eu tenho que ter as minhas exigências atendidas? Quem sou eu afinal.

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Não

Preciso apenas ir atrás do que tenho que fazer. E isso já é muito. Olha aí: tenho trabalho gigante a fazer, duas crianças a criar, sonhos a realizar, minha própria trajetória para dar conta. Devo fazer isso mesmo: cuidar da minha vida. Amor é a liga de tudo isso aqui e, ao final, a fonte desse amor, sou euzinha mesmo. Amar para multiplicar Amor. Multiplicar e Expandir. Mesmo quando Venus estiver retrogrado.

(já saberei como lidar com a mágoa que esses amiguinhos acabam por remexer cada vez que voltam pra conversar, mesmo que bem intencionados. isso sim é questão, pois vira câncer. credo.)

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imagem, liberada para uso conforme licença disposta aqui. Thank you.




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