Rasgaria quais verdades ao mundo?
Afugentaria quais medos do meu coração?
Quais verbos seriam conjugados?
Escolheria quais alvos para disparar minha
Artilharia verbal?
.
..
...
..
.
Edificaria sob quais pés,
Égide de palavras?
Rezaria quais rezos, se meu verbo
Estivesse efetivamente solto?
Que jugo essa garganta enfrentou
Que anseios moram nesse coração
Que frases, nem verbos, nem gritos, nem versos
São capazes de trilhar caminho e deixar
Sangrar, esvair, rolar
Palavras e sangues e vícios eternos
Em formas e curvas e teclas….
...
Onde moram os seus sentimentos, que versados em palavras
Espantariam muitos, emocionariam outros, ironizariam tantos
Mas, seriam também agulha e linha a fechar feridas
Do teu peito, da tua história, da tua vida…
Onde moram essas palavras
Ditas de maneira certa?
..
Onde mora essa oralidade…
Me avisa…
..
Pra que grite, finalmente, o seu grito
Pra que ria, largamente, o seu riso
Pra que brade, longinquamente, o seu canto
E que chame entorno, aqueles que já te rodeiam
Te norteiam e que semeiam as flores e cantos pelo seu caminho.

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