Caramba, caramba, caramba. Escrevi para o Vitor esses dias e lá se vão meses que ele não responde a nenhuma mensagem minha. Ele fez uma breve pausa nisso para poder me dizer do falecimento do Diogo aos 40 anos. 40 anos, muito muito jovem. Carol, falecida anos atrás, muito mais jovem ainda. E nosso entorno, nós também jovens ainda (ele deve estar com 42 ou 43 - eu 45), já temos uma turma reduzida pela metade. Eu faço meu luto. E eu não tenho ideia de como ele lida com isso. Eu imagino que não seja fácil e que o fato de ele ser ateu não ajuda tanto nessa hora (tanto quanto ser espiritualizada como eu, não adianta tanto)

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Mas, o silêncio dele me incomoda profundamente, profundamente... Primeiro, porque foi esse o sinal 1 de "abandono" que ele me entregou quando terminamos décadas atrás. Segundo, porque na minha visão, é uma clara quebra de uma relação que a gente reconstruiu ao longo dessas mesmas décadas. Terceiro, porque não traz garantia alguma de que ele vá cumprir o que prometemos: não prometemos gostar e amar um ao outro até o fim da vida.... mas, prometemos que ao final da nossa vida, um de nós avisaria o outro. E, quarto... porque a minha percepção do tempo talvez seja muito diferente da dele. Ele pode continuar sendo racional e usar o zeitgeist até hoje... e eu sinto e sou passional. E eu espero tanto por tanta coisa. Eu espero pelas minha necessidades básicas, espero para ter atenção, eu espero por reconhecimento, eu só espero. E queria muito com ele, ter menos espera. Achei que tínhamos intimidade para tudo isso.

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E hoje, em certa medida, nada mas, nada mesmo, me garante que ele vê/lê as minhas mensagens (porque  de forma geral tenho todas as notificações ocultas pra não gerar ansiedade) mas, principalmente porque ele pode já ter morrido e outra pessoa estar acessando o perfil, relendo nosso histórico (se é que ele manteve - entendo que são conversas proibidas) e simplesmente estar ignorando tudo. Ele pode estar doente, enfrentando algo difícil e estar triste ou... enfim, nada disso cabe a mim imaginar, portanto vou parar.

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como pode-se ver, eu aqui passivamente, pensando de vez em quando sobre as imensas possibilidades, deixnado o processo de culpa descansar, morrer sem nutrição dos meus pensamentos, porque não cabe a mim controlar nada disso. ele já fez isso antes e, em tese pelo aprendizado da vida, eu não deveria aceitar isso agora. da mesma forma como não consegui aceitar a demora em ele me responder mensagens. ou talvez devesse ter a paciência que ele disse que tinha... e eu cobrei ele do pior jetito (ou talvez o mais infantil) que foi "desconectando a amizade" no Face. e ele me respondeu "Virou ódio?"e terminou daquele jeito mais adulto "Mas tudo bem, nao quero te fazer mal. Se eu por aqui te faço mal, entao fica bem"...

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o pior, pra ver o quanto estou doente, é que quando vejo a data da mensagem (estou vendo hoje) foi em 2021... 2021. 29 de dezembro de 2021. eu precisei desconectar ele, pra chamar atenção talvez, pra construir a materialidade do abandono que eu sentia.... só que olhando o histórico, de lá pra cá a gente conversou muitas coisas....

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mas, quando o Diogo morreu, cessou. talvez.... são muitos talvezes.

e o pior é que ele não pode nunca compreender as minhas razões de ansiar pelas respostas dele. Cuidado, carência, vontade de conversar e estar perto, vontade de saber como ele estava de saúde... sempre isso. Mesmo sabendo que terminou lá atrás, vinha essa ansiedade sempre, uma vontade sempre. uma angústia porque pareço presa no tempo até hoje, quando penso nele, quando falo com ele. e porque em algum lugar eu SEI que sobrou muito pouquinho pra mim. Até pro Diogo teve muito mais: anos e anos de amizade. 

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E ele, Diogo, me assediou. Ele me agarrou e me beijou a força. E ele marcou encontro falso com o Vitor na intenção de se declarar pra mim, porque sabia que se ele me chamasse para sair, eu não iria. Porque ele sabia que eu era apaixonada pelo amigo dele. E ele sabia que eu não jogaria esse jogo. Há alguns anos, ele me escreveu e me pediu desculpas. E como explicar pra ele que desculpas não aliviavam nada? Como dizer porque eu não sofri por ele ou pelas ações dele... afinal eu já tinha perdido quem era importante, quem eu precisava.... ou seja, já tinha perdido quem eu amava. e mesmo sendo descolada, cool, incrível, eu não tinha energia pra dar a volta por cima de nada. foi um golpe em mim, foi um cheque mate na Rainha, bitch.

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e acho que tem uma parte de mim que está lá ainda....

quando eu voltei a mim, em 2013, eu tive consciência de que estive "fora" um tempo. parece que acordei. e o dia, o período que fiquei "adormecida" tomando atitudes dos outros e pelos outros, parece que foi a partir dessa onde acreditei, piamente, não ter controle nem merecimento de nada que eu quisesse, desejasse e amasse. e eu amava o Vitor, desejava estar com ele e queria construir projetos e caminhos com ele. Parece nada, mas a interrupção foi tão forte PARA MIM, que não teve possibilidade de seguir, eu acho... parece que dissociei ali. naquele tempo.

enfim.

não consigo mais escrever sobre isso porque não consigo parar de chorar.

e aqui já chegaram minha amiga Camila e os meninos estão percebendo. passei tanto tempo sem escrever tanto (tenho vários rascunhos pra colocar em dia) que nem sei... enfim, é isso por agora.


Photo by Anastasia Shuraeva: https://www.pexels.com/photo/sea-man-couple-love-7539515/


Eu fico impressionada sobre como algumas pessoas rapidamente assumem um lugar de poder, sem pestanejar. Vestem a roupa de presidência, de liderança sem raciocinar se estão ocupando o lugar de outra pessoa. Isso, de forma geral, faz parte da vida e é absolutamente normal. Porém… não acho normal quando se trata de algo que estou liderando, que estou fazendo ou mesmo que estou à frente tocando, ou criando.

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Tenho absoluta consciência de que eu também tenho as minhas dificuldades em assumir esse lugar e que é justamente por isso que essa “ação sem parcimônias do outro” me ofende.

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Recentemente apresentei uma ideia para uma amiga… uma ideia e um projeto que estou há anos tentando colocar para frente… Fui lá, criei coragem e pedi ajuda. Fui bem específica no que preciso, apesar de ela ainda não conseguir colocar em métricas. E na segunda conversa, ela já disse que se interessa em ser sócia, em ter uma participação nos lucros de algo que nem saiu do papel ainda.

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Na hora me lembrei do NDA. Vou ter que usar, certamente.

Enquanto isso, na terapia, eu luto bravamente para entender porque apesar de ter perfil de liderança, a realidade/realização disso, para mim, se torna um hiper fardo. Desenvolvo mais, se possível, depois. Só queria registrar. Desbloqueando a escrita, by the way.

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Photo by Sebastian Voortman:

https://www.pexels.com/photo/two-silver-chess-pieces-on-white-surface-411207/

Depois de ralar muito mas, muito mesmo desde 2017 digamos assim, chegou finalmente o momento em que surge uma brecha na minha vida e na minha perspectiva: fui demitida. E, sim, demitida porque se depender de mim, vou estar sempre ralando e trabalhando e inventando o que fazer.

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Dessa vez, enquando a pessoa me dissa "vamos te desligar" eu só pensava "graças à Deusa", com uma pontinha de remorso afinal, quem quer ser demitido quando o mercado audiovisual está passando pelo que está passando. Mas, eu sei: o tamanho das encrencas que eu me deparo todos os dias por lá + todas as dificuldades e todas as esquisitices que foram sendo colocadas... não estava sendo para mim.

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Sem contar com o fato de que eu estou vindo de uma batida muito mas, muito louca de lesões e machucados. Começa pela sinusite grátis logo na semana em que Camila chega em casa. Passa por uma entorse na encruzilhada a 50 metros de casa, que me deixa com gesso e botinha por mais de 10 dias (foi péssimo ter que andar de muletas e faltar à gira por isso. Mobilidade é - quase - tudo). Depois uma crise de lombar que só me trouxe gatilhos: a última vez que tive uma dor parecida (e foi menos intensa) foi em 2015 pós-campanha e pós 3 calotes consecutivos (burnout!!!).  Depois de tudo isso, quando pisei no chão a primeira vez com firmeza dos passos e das costas: comecei a sentir uma coceira na garganta que não era Covid mas, era alguma faringite que me deixou afônica por 3 dias. No dia da demissão, inclusive, eu tinha um fiapo de voz para agradecer....

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Sim, agradecer. Eu acho que se não fosse agora, seria daqui a pouco. Se não fossem eles, seria eu. Eu apenas escolheria um momento melhor que não impactasse tanto no fluxo. 3 horas depois da comunicação, eu apresentaria um orçamento e um cronograma importantes. Isso vai atrasar dois meses. Sim, porque eu não vou continuar me estressando com processos loucos, para encaixar múltiplos egos em cronogramas... e no fundo, EU SEI que é possível construir alta performance em projetos sem precisar adicionar os egos inflados ao processo como prioridade. EU SEI que é possível trabalhar com fluxo mantendo o respeito à equipe. 

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E tudo o que eu tolerei nesses dias nessa produtora incluiu o oposto às minhas crenças e personalidade. Sobre isso, quero falar depois. Porque agora, na verdade, dois dias atrás, eu simplesmente menstruei. Eu já na menopausa. SIM! Nào sei se escrevi sobre isso aqui. Menstruei. Eu não sei se é resposta ao estresse ou ao alívio de ter saído da empresa. Só sei que é isso. Flui o rio através de mim mais uma vez e só resta "curtir", hahaha não posso dizer exatamente que eu estava com saudades. Todos os incômodos que essa época trazem foram rapidamente rememorados. 

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Mas, o que me impressionou foi isso: a capacidade do corpo reagir, sem controle da mente consciente ou de mim (que não sou o ego, sou algo diferente disso tudo). O meu corpo reagiu ao que não queria fazer, adoecendo. Me gritando "não vai por aí" (entorse), "não diga mais nada" (faringite e afonia), "pare e descanse" (lombar), "(re)produza suas próprias sementes" (menstruação). Dei o sangue a vida inteira. De repente parei de dar o sangue... literalmente, talvez... Sei lá se é isso mas, essa são tentativas de explicar racionalmente um fluxo que não parece tão racional mas, eu sei que tem fundamento: somos múltiplos.

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E eu, entendo rápido as mensagens. Sei que agora eu preciso de um plano. E eu preciso parar. Dar um tempo. Talvez as mudanças que eu tinha pensado para 2026 precisem surgir agora. Imediatamente. Ou daqui a pouco. Talvez eu precise realmente parar agora. E por um tempo. Felizmente deu tempo de pagar as contas todas, tô sem dívidas e sem compromissos financeiros longos, tudo foi quitado, pago, tô em dia com o externo. Só não tô certinha comigo mesma. E acho que esse é o momento de pausar. Ouvir o que estão me dizendo.... o universo, espiritualidade e o eu-mesma que não alcanço (ainda).

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(Photo by Tom Fisk: https://www.pexels.com/photo/full-moon-in-black-background-15070167/)


As lições de “auto amor” que a gente recebe dos nossos pais são super importantes pra nossa formação como pessoas. Por “auto amor”, uma palavra que não existe (e se existisse se escreveria “tudo junto”), quero dizer autocuidado, autoestima, autocontrole... uma certa autonomia mesmo, uma capacidade de se autogerir mediante a rotina, frente a desafios, momentos de crise... 

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Quando o Profeta Gentileza dizia que “Gentileza gera Gentileza”, isso foi profundamente sábio. Uma paródia dessa frase, em tempos de memes, me fez rir muito uma vez: “Gente Lesa gera Gente Lesa”... às vezes, pela banalização da importância da primeira ou ainda, por me dar conta que as sociedades e seus indivíduos estão mais feridos e adoecidos que outra coisa, acabo usando muito a segunda frase.

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No exercício da maternidade, eu encontrei esse desafio, de precisar ir atrás de muita autocura, autoamor, autoperdão... porque diante das minhas crias, reproduções de mim em certa medida, não havia espaço para outra coisa que não o AMOR em si. Junto do amor, o pacote completo. E como percorrer esse caminho, pra mim até então quase desconhecido?

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Não que eu não conhecesse o AMOR, já havia me apaixonado... já sabia o que era admirar algo, alguém, já havia sentido a reciprocidade no olhar, no toque, no cuidado de outras pessoas. Mas, a Maternidade me colocou sim diante de algo muito maior, mais vasto e muito mais avassalador e até filosófico: o AMOR não tem subdivisões, não tem fronteira... o amor não tem condições, o amor é cura. O amor é toque, é contato, é cuidado, é sentimento, é hormônio, é uma liguagem-física-química-biologia-matemática que dialoga e desafia a humanidade desde que ela se separa da natureza para ser eu-potente-valente.

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Pois... então, a maternidade abriu essa porteira aí, minha gente.

E isso tem anos já, não é mesmo?

E não tem botão de automação que dê conta de resolver, resetar isso daí em minutos ou num clique.

Cabe à senhora, aqui, caminhar as sendas desse desafio porque uma vez mãe, não tem volta.

Acho que a maternidade não é o único caminho de compreender isso. Não mesmo.

Mas, é um deles. E pra mim, veio assim.  

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E olha que loucura... que plot-twist-carpado que a vida nos dá que é o seguinte: o desenvolvimento da espiritualidade está diretamente conectado com esse fator todo: o amor! 

Dirão os cientistas/descrentes que é um processo meio Interestelar ou mesmo que é tudo fruto da imaginação/sugestão, etc. Mas, não ligo, não me importo porque já fui assim. Mas as experiências que trago nessa seara, desde criança, me trouxeram até um lugar onde posso dizer que consigo “enxergar” coisas com outros corpos, sentir e vivenciar experiências em dimensões que não pensava ser possível (ou saudável... pq racionalmente em termos sociais, poderia flertar com loucura)... mas, de tudo que parece intangível, apenas uma certeza: nada sabemos...

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Nossos “guias, mentores, protetores” estão nos cuidando... Deus (ou Alah, Olorum… use o nome que queira conforme sua crença ou cultura) é o mar… e nós somos ondas batendo nas pedras querendo apenas voltar... e como fazer para exercer essa crença se não pudermos enxergar o amor por trás de tudo isso aí? como parar de ser ondas que quebram sem silenciar, acalmar, acolher e deixar fluir para voltar, lentamente, ao oceano infinito? 

Os guias nos cuidam, os guias amparam a gente... a sensação que tenho é que isso se dá por amor. Cristo amou sem fazer as tais subdivisões (amor filial, carnal, etc.) e muito menos concessões (você é legal, você não é) e ainda deixou no tratado dos ensinamentos as máximas: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39)… “Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros” (João 13:34)... e talvez a mais difícil delas: “Amai a vossos inimigos” (Mateus 5:44). 

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E então, vou tentar concluir, só para fechar um pouco o raciocínio, afinal, fui lá na maternidade, na espiritualidade, trouxe um cadinho de cristianismo, ainda que eu seja umbandista (e quem pensa que uma coisa não tem a ver com a outra, se equivoca). 

Como podemos amar ao próximo como a mim mesma, se eu não estiver me amando? Como poderei fazer exercer o amor ao outro se eu não estiver fazendo isso comigo mesma? Amar e cuidar de meus filhos se eu não estiver cuidando de mim e me amando? Como poderei amar e ajudar o outro fazendo concessões, divisões, estabelecendo condições?

E, num pensamento gradual sobre isso, só posso dizer: os guias que nos acompanham e cuidam, nos amam. E para cuidar melhor dos meus filhos e ensiná-los mais sobre resiliência, resistência, para dar valores morais mais fortes e mais amplos, eu diria que a regra começa pelo autocuidado. Pelo autoamor. E ainda mais... é fundamental não confundir amor com posse, amor com superproteção, amor com troca, amor com poder. se olharmos atentos, os filhos nos ensinam sobre o amor. e nós os ensinamos sobre o autoamor e a relação de mutualidade pode se estabelecer por aí... é um caminho. 


Não sei que não sei, definitivamente, se estou acertando. Como saber?

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E sim, sobre a última frase de Cristo, vou deixar quieto porque ela traz 3 palavras importantes: amor, inimigos e estabelece a propriedade desses inimigos com a palavra vossos. Amigos, dá pra fazer um tratado sobre isso hahhaha

Photo by Graeme Travers: https://www.pexels.com/photo/close-up-of-butterfly-sitting-on-blooming-flowers-18921509/


Acabei de ligar para o meu pai. Tipo uma intervenção. Ele estava num dia de cão, depois de ter bebido, gritando na casa, jogou a comida na pia. Ela, a esposa, que há algum tempo aguenta silenciosa e resiliente, me escreveu. “Cheguei fiz janta com amor e todo meu carinho olha que ele fez. Diz que minha comida não vale nada. Jogou o prato na minha cara. Não sei mais o que fazer.”

Tal e qual criança, fiquei pensando em que fazer, como fazê-lo entender. Abandono? Castigo? Ele faz 76 anos e passou uma vida legitimando essas ações de descarregar nas mulheres ao seu redor, suas próprias frustrações. Ele teve 4 mulheres das quais fez 3 delas, esposas. Teve 4 filhas... muita mulher para decepcionar. Não quero falar da minha avó, porque ela é uma mulher e tanto, que amo muito e eu nunca tive como falar com ela sobre meu pai.

E, no meio dos pensamentos e dizendo para a esposa dele que ela não merece isso, que ela poderia, sim, sair dali... Eu, então, liguei para ele. Liguei mesmo e falei um monte de coisas. Falei da bebida. Falei da minha mãe. Falei de jogar comida fora. Falei de jogar prato na cara. Falei das mulheres, das filhas, de envelhecer e ser gostoso de cuidar… ele não é um velhinho bom de se cuidar com essa atitude pra cima de quem cuida.

Falei das minhas irmãs. Ele viaja muito quando fala das filhas. “Como está a K? Como está a G? como está M?”… “Ela é biomédica e mora aqui perto de Mogi”, repetiu isso 3 vezes, como se não estivesse falando comigo. “Ela me liga e me manda mensagem todo dia, mas eu não dou muita atenção”. Eu acho que essa afirmação é imprecisa.

Ele me falou do meu primeiro aniversário. Citou o pastor Marciano de Oliveira que, segundo meu pai, disse olhando para mim que fazia 1 ano… “coitado de mim que estou do fim da vida, ela só está começando.” Não sei se isso é uma frase motivadora. 

Mas, sei que o meu primeiro aniversário foi uma zona... soube outro dia, traumatizou muita gente. Meu bolo de aniversário foi destruído e enquanto meu pai dava toda essa memória perguntei: “você se lembra do meu bolo de aniversário?” e ele respondeu: “pois é, tinha bolo para tudo quanto é lado… mas, você se lembra disso?” e eu só respondi que sim. 

Recentemente, conheci a pessoa que fez meu bolo, quando fui na casa do meu querido tio, O. portanto, perguntei e eles me contaram mais ou menos em primeira mão. Pq o trauma foi tanto que eles não queriam lembrar. E, agora, escrevendo isso me passa que talvez seja por isso que eu não goste de aniversários e deteste a hora dos parabéns!…

enfim... essa foi uma conversa densa, com meu pai, onde eu mais uma vez, precisei ser a conselheira. Não deveria ser assim... mas, agora que completei 45 e miro que estou fazendo a virada do bico do corvo que.... na minha velhice não quero ser rabugenta. 

Deus, me livra da rabugice por favor.

Quero ser uma velha engraçada que não se reprime por nada.

Era preciso ter mais afeto. Era preciso ter mais amor. “Pai, vc precisa cuidar da sua cabeça. Sua filha está internada se desintoxicando. Ela está lá há quatro meses. Eu queria ouvir de você que vc está há três dias sem beber. Queria ouvir que vc está há um mês sem beber.” 

Ele chorou, me escutou falar coisas duras. 

Ele nem precisava passar por isso, mas deu motivo, porque está maltratando a única pessoa que se dispôs a cuidar dele, ele não pode ser vil assim… digo, vil. É uma palavra difícil. mas, não pode ser.


Que noite difícil, minha gente. 

Que difícil!

Fica aí a imagem da comida jogada na pia pra registro da posteridade.

Ser mãe é também passar por momentos de tristeza, culpa e dor. Na verdade, acho que todo o tempo. E eu, eventualmente, me consumo com isso. É difícil a beça aceitar que nossos filhos, meus filhos no caso, tem o seu próprio caminho... mas, olha, não quero dizer isso pelas escolhas individuais que eles fazem, que os orientam para o bem ou para as coisas boas. 

Quero dizer dos erros, dos tropeços, das dores mesmo. Porque é certo que, como mãe, a gente não quer mesmo ver filho sofrer. E eu não queria que os meninos passassem mal em nada. Mas, eu já entendi que minhas asas e ações não alcançam pra cobrir tudo o que precisa ser coberto. Não mesmo.

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E além disso, então, eu cometo ERROS. Erros grotescos, às vezes, erros bobos em outras. Erro coisas que eu não poderia errar. E, basicamente, isso vira uma grande razão para eu me ver como responsável por tudo o que está errado na vida deles. E, claro, errado sob minha opinião e perspectiva, sob a análise de quem já viveu tanto. E eu me machuco pq não quero machucar os meninos.

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Queria ser a grande provedora, a grande acertadora das coisas. A que percebe tudo.

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O pai dos meninos sempre dizia que eu tinha dificuldade em olhar as soluções pela perspectiva de outras pessoas, do que elas eram capazes de ver como solução. Acho que foi a primeira pessoa que me disse isso, quando falávamos de minha irmã. Ele dizia que as soluções que eu apresentava pra ela, serviriam para mim e não para ela. Essa fala dele não ajudou a mim, não ajudou a ela. E olha onde estamos. Talvez, só "talvez", se eu tivesse feito do meu jeito, talvez não estivéssemos onde estamos.

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Em todo caso, os nossos filhos cá estão. Sob MINHA responsabilidade. E até porque, de alguma forma, ele mesmo se abdicou de estar presente (pelas escolhas todas que ele fez). E eu vou, SOZINHA, arcando com as paradas todas.

Enfim, perdi o prazo de matricular meu filhote mais velho no Ensino Medio Estadual.

E ele por si mesmo, acabou perdendo, ao longo do ano, chances atrás de chances de conseguir estudar e entrar em escolas via Bolsas de Estudos ou via prova. Ele se esforçou mais agora no final do ano. Mas, no balanço, não foi o suficiente. Como explicar isso pra ele? Que não foi suficiente? Eu digo, à maneira de uma mãe direta e que sabe muito bem o que é se esforçar pelas coisas. "Filho, é importante se dedicar mais pra que o resultado seja o que você espera. Eu entendo que, para você foi bastante esforço mas, tem muitas outras pessoas correndo atrás, junto."

Ele não entende as matérias, tudo parece difícil pra ele, exceto os jogos, nos quais ele se torna exímio. E exceto essas relações complexas que ele está estabelecendo com os amigos, as relações humanas, o entender quem ele mesmo é. Eu queria poder prover muito mais pra ele, muito mais condições. Mas, não consegui ainda chegar a esse ponto.

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E aí, a gente vai, cometendo acertos e os erros no meio de tudo.

Espero no andar das coisas, daqui alguns anos, perceber que não foi tudo em vão. 

Espero não descobrir tarde demais o que precisa ser descoberto. Perceber o que precisa ser percebido.

Espero também, conseguir pegar mais leve comigo mesma. Sei que tento dar conta de muita coisa. E eu sei que não vou dar conta de tudo mesmo. Mas, que eu sempre consiga fazer o melhor possível. O melhor que dá.

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Vou tratar de arrumar solução pros erros que cometi.

Haja esperança.

(Foto de Brett Jordan: https://www.pexels.com/pt-br/foto/conceitual-abstrato-cartas-letras-6700363/)

Ser velho não é fácil não. 

Uso o adjetivo no masculino mesmo porque assim manda a minha mente enquanto escrevo. Não é fácil. E falando da perspectiva de quem está envelhecendo, eu diria. Porque ainda não sou, não estou velha. 

A minha idade corporal talvez não corresponda à minha idade mental. Ainda que eu, hoje, me reconheço muito mais como uma pessoa madura, sei que o corpo não anda exatamente bem, ainda que tenha melhorado bastante nos últimos meses.

Aaah, os exames voltaram pro lugar.

Praticamente todos. 

Praticamente.

Sim.

Um deles deu uma alteração, um cistão de 5.5cm x 3cm x 4.5cm apareceu e meu ovário está 15x maior.

E eu no climatério. 

Caceta.

Será que é climatério, porra?

A vontade é de falar palavrão mesmo, sei lá quando foi a última vez que eu escrevi palavrão nesse blog, isso não é muito parte do vocabulário costumeiro mas, como no começo da postagem, é assim que a minha mente está mandando as palavras hoje. Na lata. Bateu uma dúvida gigante. Será que é? 

Parei de tomar a medicação. Não consigo acesso à médica. Tenho uma palavra da Dra enquanto fazia o meu exame, no sábado passado, que me confortava dizendo que não parecia maligno, que parecia um cisto que aumentou de tamanho. E ela foi honesta quando perguntei se ia precisar de cirurgia: "sim mas, não é invasiva... é uma sonda. fala com a sua médica".

Corta. A mente imagina a perda do ovário. A mente imagina ter que fazer cirurgia (nunca fiz - só extração de ciso hahaha). A mente imagina mil histórias e isso é o tipo de coisa que a gente sabe que precisa só se atentar aos fatos: e a médica, acho que só segunda que vem (hj é véspera de feriado).

Partiu trabalhar a mente. Partiu tentar fazer o corpo não parar de se auto cuidar, reciclar. Partiu tentar não piorar as coisas fazendo escolhas que me prejudicam. 

Penso que milhões de mulheres recebem diagnósticos melhores, piores e iguais a esses, todos os dias e que estamos sempre em busca de formas de continuar vivos e saudáveis para poder curtir esse trisquinho de vida. E eu sou tão segura da vida. E acho que isso é um problema. Ou não. 

Pq ao ser tão consciente da vida, eu estou também sempre vislumbrando a morte. Mas, não na morte de um jeito trágico: pensando e vendo a morte como um grande motivador da vida... da razão em si para contiuarmos a fazer escolhas que façam essa nossa trajetória suave. E eu pensei agora... a minha trajetória não tá suave. Acho que nunca foi. Se eu morresse agora, ia deixar uma locuurinha pros meninos administrarem, pouco dinheiro pra eles crescerem, pouco recurso para se organizarem, muito papel que possivelmente iria pro lixo e muitas ideias que nunca sairiam do papel.

E como é que saí de me sentir velha, passando pela questão da saúde e vim parar nessa conversa de morte. Parece que tá tudo ligado. Há 20 e poucos anos quando comecei a escrever esse blog, não havia essa sensação estranha, esse clima de alteração. Havia sim, uma dor do mundo, de carregar e sentir todas as coisas, uma ansiedade pela própria vida que estava me invadindo e que eu precisava, sabiamente, sangrar em palavras, me cortar em frases para não seguir por caminhos vãos e sem volta, sem significado.

Tô aqui pensando se passo por tudo isso (que não é nada) sozinha de novo. E pensando em tudo o que vem. Sozinha? Sempre? Esse ano, dois médicos me perguntaram: quem é que cuida de você?

Enfim... aí já é tema pra outro post. 

Foto de Carsten Kohler no Pexels: https://www.pexels.com/pt-br/foto/natureza-ao-ar-livre-outdoors-murcho-7243423/

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e, como contei aqui na semana passada, eis que iniciei um tipo diferente de terapia. e o impacto está sendo tão grande que vai servir de falar disso em dois posts.

afinal, eu que me entedio rápido e que vinha buscando desafios... celebro quando encontro. Porque não? 

Afinal, quando é que vou novamente sentir o salto da alma em busca da auto superação, rumo ao entendimento ou mesmo, à descoberta desajeitada de que continuo sem saber muito porque a vida é profundo mistério?

e eu, que me deparei com a psicanálise, abordagem do meu terapeuta, meio que adaptada ao remoto (me explicou outro dia, o Dr Paulo). Ele me explicou que tradicionalmente a psicanálise se faz em divã. Um dia chego lá... 

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e resulta que estou feliz porque tenho como vislumbrar a possibilidade de sair de um estado de isolamento que, de alguma forma, eu sempre acabo desenhando para mim mesma. enrolada nos fios das conjecturas e do pensamento, acabo me enrolando e construindo muros bem tramados que me impedem de realizar contato.

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da forma que está posto, poderia dizer: viva o momento. 

e tudo seria tão simples. porque é.

primeira vez, em anos que tenho a sensação de estar novamente descobrindo algo.

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tive um ímpeto de fazer um bate folhas na casa, logo após a gira de pretos velhos, homenagem a Nanã, em que refiz a conexão com os meus guias e pude ser facilitadora para a minha preta velha que pôde, em paz, confirmar seu ponto. comigo entre lágrimas. lágrimas de emoção... e após esse bate folhas, após esses movimentos, após tantos pequenos alinhamentos, eu consegui sair pra caminhar de manhã. ah, isso não contei no post da semana passada.

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ainda sobre essa coisa de riscar o ponto, tenho estado muito imersa nessa questão de entender melhor o que a espiritualidade quer de mim, o que eu quero dela e como podemos entrelaçar os trabalhos em prol de fazer as coisas melhor. eu quero ver, quero sentir, quero permitir, quero estar.. e acho que não quero, só sou, só é. me abro e entrego. e estudo. leio. 

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de manhã, real. de semana passada pra cá, me levanto e vou. a energia continua firme, chama acesa.me levanto e ainda tenho a certeza do momento de que devo sair pela porta e ir caminhar. e vou. e isso, amigos, parece que levou muitos anos pra voltar a acontecer. era o que eu vislumbrava há meses, talvez anos que eu poderia fazer mas, não conseguia senão deixar o corpo permanecer em estado constante de inércia enquanto a mente sonhava. Estava relendo um texto, que virou post aqui, exatamente sobre isso. 2021.

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e, tão bonito perceber-me com tamanho alinhamento, que nem pestanejei: era pra ser e eu estava lá caminhando pelo aterro em dia tão bonito. E assim foi. No dia anterior ao meu aniversário, lá estava eu de novo. e de novo, a sensação... estou de volta. com muito trabalho a fazer, com muitas missões a cumprir mas cá estou eu.

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E lá vamos nós. 

Viva a Vida.

Viva a Umbanda. 

Viva a Psicanálise. 

Viva esse tantão de alinhamentos.



Hoje eu acordei com uma energia renovada. Por alguma razão, tava com sentimento de dever cumprido e senti vontade de ir pra rua caminhar. Uma sensação estranha visto que há meses venho tentando sair de casa de manhã, sem conseguir. 

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Fui e foi uma delícia. Uma hora de caminhada, sem precisar de fones de ouvir, apenas escutando o meu arredor. Vendo as pessoas que acordaram cedo e se desenrolaram pro mesmo lugar. Tantos carros de gente indo trabalhar. Tantos pais e mães e cachorros se movendo juntos, focando no seu bem-estar. Motivações diversas. E eu... lá. 

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Depois, terapia. Comento isso, de maneira ordinária, aqui, simplesmente porque a terapia tem me feito bem. Eu optei por seguir esse caminho diferente: terapia na linha da psicanálise, com um homem. E, com isso, encontrei o Dr Paulo. Pra "mode" me desafiar a cutucar as mesmas coisas sob outros pontos de vista. E é curioso como essa energia renovada me fez pensar por um segundo que, eu não precisava de terapia. Ele me disse do valor de estar no PRESENTE, de perceber o momento. E, eu me sussurrei no ouvido mais uma vez:

Carpe Diem.

Carpe Diem.

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A minha mente, que anda quilômetros à minha frente, que me faz sentir, sorrir e sofrer por antecipação, mas que me salva também de infortúnios vários, precisa conseguir ficar mais no AQUI. No AGORA. Temos falado da possibilidade de vislumbrar o insucesso e se preservar de algo que seria ineviável... pela natureza do mundo, pela natureza do que nos faz humanos... o fim, o acabar, o término, a quebra... de alguma forma isso é parte dos ciclos e da natureza desse plano. daí, exercitar mais o experimento com o que temos dado aqui. aqui (digo eu agora, pegando em minhas próprias mãos, na carne do meu braço, pra eu sentir que estou aqui. AQUI.).

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E isso, antes talvez até, me fez lembrar que assisti o primeiro filme da Trilogia do ANTES. Vitor insistiu e me avisou durante meses que seria bom de ver, que eu entenderia coincidências com a nossa história. Eu levei dias refletindo no filme até contar pra ele que eu vi. Até questionei a mim mesma se eu deveria contar que vi. Poderia simplesmente não. Talvez devesse não. Mas, sempre parece que há uma razão pra gente interromper o silêncio. Especialmente da minha parte. Mesmo que outro dia, eu não gostasse mais dele. Mas, foi interessante ver o fluxo da conversa dos personagens do filme acontecendo. E ao final, uma analogia que sempre fiz a ele, sempre usei como exemplo: parece que a gente marcou um encontro na estação de trem pra seguirmos viagem juntos. E ele não apareceu. Eu esperei. E ele não apareceu. E eu, sem opção, parti sozinha pra viagem. Por que ele não apareceu.

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O casal do filme se conhece num trem. A jornada de suas vidas. Estrangeiros. Como sempre somos quando seguimos por terras desconhecidas. E eles conversam, se divertem, se entregam, se conectam. E com isso, estando conectados mesmo sabendo que estarão separados, desejam que o instante se estenda... se estenda mesmo sabendo que eles não podem. E numa perspectiva de não ter um ponto final, eles estabelecem reticências... uma pausa... uma espera... até que a história deles, a jornada juntos possa se estabelecer novamente.

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Eu não sei o que ele achou de eu ter visto o filme nem do que eu disse que achei da história.

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As nossas conversas não são fluidas há um tempo. Acho que ele está passando por questões, assim como eu. E elas não tem a ver comigo, não são da minha conta. Ao fim da jornada, não somos amigos. E talvez seja isso que machuque um pouco. São tantos e tantos anos para não sermos sequer amigos. Agora 21 anos. 21, caceta. Nos conhecemos em 2002. E eu, que comecei a escrever esse blog em 2001, estou até hoje escrevendo sobre ele. Aff. FIM, por hoje.

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Mas, fim apenas de falar dele.

Eu consegui deixar as energias da Umbanda me circularem, consegui permitir fazer o que o bom senso da pessoa iniciada pediria: limpar sua própria casa, cuidar da minha própria cabeça. E, minha preta velha... (na verdade, eu sou dela) pôde confirmar seu pontinho. Agora, não sei que caminhos se abrem, agora, não sei que caminhos virão. Mas, talvez eu já esteja preparada para caminhar esse caminho que nunca trilhei. Eu não quero pensar mais nisso, pq a minha tendência é a de acreditar que eu sou uma farsa, não é?

Mas, já tive tantas provas do trabalho da espiritualidade na minha vida que não cabe nem duvidar.

Estou me lembrando aqui da última gira, mas quero um post só pra falar daquela experiência. Mesmo que fora de ordem, acho que valerá a pena escrever sobre ela. Eu já escrevi, na verdade, nos meus cadernos. Vou resgatar e digitalizar.

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Aí, eu volto.





My boys, you know I think I'm cool...

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Hahahaha sim, na perspectiva do tempo, acho uma babaquice eu não ter consciência plena de como sou cool, de que tenho bom gosto, de que sei aproveitar o tempo e a vida, que sou criativa, gente boa, de coração grande, generosa, amável, intensa, esperta, rápida no gatilho. 

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Quando escuto aquela música da Whitney Houston, I'm every woman, it's all in me... Anything you want done baby, I do it naturally... parece que é isso aí, é como sou, quem sou, pra onde vou. Eu me sinto uma pessoa ótima, querida, legal, espirituosa, fogosa, incrível baby.


Mas, aí vem o mundo.


HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA


Acorda, garota.


E eis é como me sinto importuna, imbecil, fraca, incapaz de fazer as coisas direito, arrogante, espaçosa, preguiçosa, ansiosa, "pró-ativa demais", intransigente. Sempre uma porta na cara, sempre um "aqui você não pode entrar", um "amiga, você já pagou sua parte?", sempre um "quem você pensa que você é?" ou mesmo aquele clássico chamar pra almoçar pra me dizer "o que vc quer eles não vão te dar...". 

A lista de exigências para eu pertencer aos lugares só não parece maior do que a lista para permanecer nos espaços e mais ainda... a lista para progredir nos lugares é gigante. 

A progressão, por sua vez, eventualmente chega quando tenho algo a oferecer. 


Enquanto escrevo, infelizmente, são muitas as experiências que vem na minha cabeça.


Como quando o "amor da minha vida" me diz: "com você eu vou ao céu mas, tenho medo de cair de lá (ou algo que o valha), por isso vou ficar com a fulana que me traz mais segurança". Ou quando o job termina lindão depois de dois anos de convivência, muita luta e muito perrengue e o chefe me diz: "foi ótimo, ficamos no orçamento, deu tudo certo mas, você foi instransigente." Ou ainda, quando sou demitida por ser "pró-ativa demais, preciso de alguém que fique debaixo da minha asa". Pra não contar até com a evolução espiritual onde o responsável pelo trabalho espiritual deixa claro que "talvez eu não seja um tutor espiritual adequado, não tenho formação que me assegure como proceder em meio a tantas variáveis.


Quando o meu pai me perguntou se aquele americano que o pai dos meninos acreditou que eu tinha um caso, estava pensando em realmente vir para o Brasil, eu perguntei a ele: "você não viria?" E, meu pai, sem pestanejar mas, um pouco sem jeito, me disse: "Não... Não."


A vida vem me afirmando desde quando nasci que tudo o que eu penso de mim é uma grande farsa e um grande invento da minha cabeça. E, mesmo que eu queira desconstruir tudo isso, é muito difícil, tem sido muito difícil. 


Tem uma série de questões nas quais fui me dando conta ao longo do caminho... como ser mestiça de negros e indígenas num país racista a beça... como ser mulher nessa sociedade patriarcal, mais que qualquer coisa. Como não vir em berço de ouro, nem ter a sorte de nascer numa família onde as pessoas primam pela sanidade mental e pelo afeto, mas, que ao invés, escolhem os vícios e às viscissitudes para fazer escolhas duvidosas e permeadas pela raiva, pelo destempero e pelas ilusões do cotidiano.


Há quem possa dizer: olha ela reclamando, a vida se faz por si só com a sua própria força de vontade e seu mérito e seu esforço... E eu digo, sim! FATO! Olho de onde vim e sei o quanto eu alcancei.


Mas, infelizmente, é com muita dor que muitas vezes eu só consigo me sentir ilegítima. 


I-le-gí-ti-ma. 


Acho que é a primeira vez que me refiro a mim mesma com essas palavras. Não só escritas. É a primeira vez que coloco nome nesse sentimento de MIM para MIM. E, confesso, acho bem triste. Porque... lembra como comecei falando de mim mesma? 


Não tem nada muito concreto nem duradouro na minha realidade que sustente aquele sentimento todo, as opiniões de mim pra mim mesma. Tem talvez os meninos, meus filhos... (mas, um deles já chegou na adolescência, num mood eterno de mesclar tentar me enganar com me xingar e me colocar pra baixo pra ele se sentir colocando sua revolta pra fora... típico adolescente.... Eu que não tive meus pais presentes para fazer isso e precisei engolir tudinho pra dentro, hahahaha letras pequenas mesmo, ok?)  Só que filho não conta... na verdade, não contaria nenhuma opinião externa.


(to be continued).

Image by storyset on FreePik

AAAAAAH, acho que é hora de vomitar. O tempo começou a correr rápido demais.

Ainda não sei se é efeito da idade em si. Talvez tenha passado da curva de subida mais lenta para, de vez, escorregar, à velocidade vertiginosa.... 

Adrenalina da vida… O fato é, que tá passando. Rápido demais. Too fast. Too furious.

Algo em mim, por outro lado, só quer vomitar, se renovar. Voltar um pouco no tempo, talvez. Tento não flertar muito com esse sentimento, mas estou vendo, esquisito à beça, eu estou me vendo e me afastando um cadinho só (por enquanto) da curva da vida, da dinâmica... Idade.

A pele não é mais a mesma. Mas, outro dia, vi meu rosto no espelho e me senti jovem. Ainda vi uma jovem ali nas entranhas da pele que ainda só quer, cair... 

Perguntei ao meu filho: "você acha que a mamãe tá ficando velha?" e ele, jovem Nohê, me respondeu "Não.". Eu pergunto, "Tem certeza? Diz a verdade."(eu sou terrível) e ele faz um muchocho "É..." hahahaha 

A perspectiva do jovem é outra, impressionante. Às vezes tento lembrar como era e me 

Eu primeiro acreditei que aos 30 estaria acabada. Em algum momento achei que aos 30 estaria madura e resolvida. Aos 30 tive meus filhos e percebi que a vida só começou aos 33 de verdade. 

Mas, hoje, aos 43, enfrentando tão cedo os calores da maturidade (minha trajetória não é bolinho, my friends) eu sinto que o tempo foi voraz comigo. Não sei se passou rápido assim pq amadureci tão cedo (infância roubada, adolescência muito rápida, senso de autorresponsabilidade precoce) que a vida me salvou tempo pra curtir daqui a pouco (ainda) ou se tá chegando ao fim mesmo.

Fato é que nem bem me adapto a um corpo, nem bem me acomodo numa casca... Tão pronto a vida me convida a sair logo... logo, logo! vai, vai, já vai sem tempo... e estou eu, metamorfose transante ambulante mirabolante, me adaptando a tudo de novo...

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E assim lá se vai mais um ano, muitas promessas de voltar a escrever. 

De transcrever alguns textos que ficaram perdidos aqui pelas notas do computador, do celular, dos cadernos e papeis perdidos. Acho que sinto ainda vontade de sangrar, de vomitar palavras ao vento, pelo ar, nos papéis, pelas tintas de canetas e teclas ao digitar. 

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De agora volta em sempre, que eu sei que o tempo passa e não volta mais.

Por isso, enquanto eu puder e ainda me lembrar de como se escreve, de como se tira sentimento de dentro pra fora, vou continuar escrevendo. Aos poucos, quem sabe se consigo rechear aqui um pouco mais, com mais ideias e palavrinhas... pra memória dos que virão me ler um dia no futuro.


Oh gosh, esses dias tem sido insanos. Ao mesmo tempo em que eu sinto que tem uma virada muito louca chegando, eu sinto o enjôo dessa virada antecipadamente. Seja no trabalho, seja nas relações com as pessoas, seja na parte sentimental, maternal... enjôo e tontura é básica e literalmente o que sinto.

Obviamente não tem sido fácil. 

Obviamente tem sido meio polêmico.

Obviamente a certeza não se avizinha.

Obviamente disfarçar as coisas não é o meu forte e quem me rodeia saca e sente que tem algo estranho no ar. Agora, pergunto. Depois de 1 ano e 9 meses de pandemia, quem é que te rodeia? Qual é o pente que te penteia? (hahaha essa última foi pra rimar e lembrei da música do Planet Hemp enquanto escrevia.)

Nesse último mês, tive uma conversa forte com o Vitor sobre abandono, rejeição, dor e responsabilização. Ele desligou a chamada, pois só pode falar comigo clandestinamente quando vai de uma consulta médica pra casa e vice-versa. E não voltou mais. Não voltou mesmo. Desconversou. Me ignorou. Obviamente que isso aflorou a mesma situação já vivida e relatada nesse blog. A Keila madura abre espaço então pra jovem adulta apaixonada e rejeitada.... Mas, a Keila madura não quer e não aceita mais isso. E então, tomei a ação: afastamento online pra arrematar o afastamento que é físico.  Pra quê a pessoa dá um gelo virtual numa relação de 20 anos que é construída em cima da ausência concreta do toque e da presença? Crueldade em cima da crueldade... Falta o afastamento emocional, que é algo um pouco mais difícil. Eu penso nele com muito carinho, eu sinto muito que seja assim. Depois da ida de Carol, a gente prometeu estar em contato, pra não se abandonar então me pergunto. Por que essas atitudes e porque eu preciso tolerar? Eu não quero ser tratada assim mais, por ninguém. Dá um gosto de amargura mas, me parece melhor e mais sensato. Para dar o passo adiante inclusive. 

Claro que o pacote não poderia ser incompleto. Mais ressuscitamentos deveriam acontecer. 

Sr Wellington primeiro... com uma conversa de que "por que não demos certo?" "vamos nos encontrar?" Ele com a foto de perfil do filho mais novo (ele não ficou comigo mas, se casou e teve um bebê) Eu, que não estou disponível, deixei ele mesmo jogar o lastro e se enrolar. Ele marcou um encontro de forma estranha ("eu vou passar aí em Botafogo daqui a pouco e te ligo pra encontrar"). Amigos, eu nem tinha dado o endereço de onde estou. Claro que ele nunca foi a Botafogo. Não sei se porque não demonstrei empolgação, mas curiosamente depois dessa mensagem, ele sumiu. E apareceu no dia seguinte com mil desculpas de coisas mirabolantes que haviam acontecido com ele. Same story, always (porque essa gente cruza meu caminho meu Deus). A última mensagem está lá sem responder porque não há o que dizer para quem não é ponta firme. Com alguém assim, nem amizade dá pra ter, simplesmente porque não é possível contar com a pessoa. 

Agora a surpresa e ele recai sobre as mesmas questões que eu disse pra ele estarem claras desde sempre, sobre o "porque não deu certo."  e Sr Colin reaparece também para me contar que sonhou comigo. Que ele estava quase num pesadelo, sufocado e que acabava ouvindo minha voz em meio a água de um banho que tomava e essa minha voz limpava todas as angustias dele... e ele me agradeceu "E lembrei pqp na adolescencia vc foi uma das poucas que me entendia.".... eu fico com a questão: quem me entendeu na infância, na adolescência, na vida adulta? Quem? Eu sou psicóloga desde quando minha gente? Conversamos uma  conversa boa e rememoramos algumas coisas

São muitos os seres humanos cisgêneros masculinos que voltam depois de anos para me agradecer. São escrotos comigo, são crueis e voltam para reconhecer a babaquice, pedir perdão e ver se seguem com a amizade minha, que, de alguma forma eles reconhecem como valiosa. Para mim, é absurdamente desgastante tudo isso. Pior que, como há uma frequência, EU SEI que não reside neles a responsabilidade da situação. Ao contrário, reside em mim. 

Não se trata de culpa, de errar, nada disso. Mas, tem um padrão de comportamento meu que acabou gerando relacionamentos que terminaram assim, gerando esse ciclo de consciência posterior. Seja porque eu antevejo situações, seja porque eu vejo nas pessoas potenciais futuros delas e não o que elas podem me oferecer no presente, seja porque eu não ME vejo com valor suficiente, me colocando sempre ao lado daquilo que ainda não se revelou ou explodiu de fato. Seja porque me venderam uma ideia de que, como mulher, eu deveria ajudar o homem a construir algo... ou que apenas juntos é que se constrói algo... Essa conversa pode servir a muita gente, serviu a todos eles, inclusive... todos tem vidas construidas com suas mulheres (ou sem elas já)... 

Esse padrão não é nem nunca foi pra mim. Eu já deveria ter ME construído e passei anos na conversa errada. O meu amor está aí (STU foi a amostra né) só que só vamos encontrar quando for a hora, se for hora inclusive. Esse encontro não poderia pautar nada do que eu tenho a fazer na vida. Não mesmo. E quando é que eu iria acordar pra isso? 

Minha conversa com Vitor foi sem permissão dele, tava me queimando no peito, não pedi licença pra falar de coisas tão profundas. A forma como ele lidou me decepcionou muito... Por que eu achei que seria diferente? Não é culpa dele e nenhuma das histórias são culpa de ninguém. As pessoas dão aquilo que são capazes de dar, e porque eu tenho que ter as minhas exigências atendidas? Quem sou eu afinal.

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Não

Preciso apenas ir atrás do que tenho que fazer. E isso já é muito. Olha aí: tenho trabalho gigante a fazer, duas crianças a criar, sonhos a realizar, minha própria trajetória para dar conta. Devo fazer isso mesmo: cuidar da minha vida. Amor é a liga de tudo isso aqui e, ao final, a fonte desse amor, sou euzinha mesmo. Amar para multiplicar Amor. Multiplicar e Expandir. Mesmo quando Venus estiver retrogrado.

(já saberei como lidar com a mágoa que esses amiguinhos acabam por remexer cada vez que voltam pra conversar, mesmo que bem intencionados. isso sim é questão, pois vira câncer. credo.)

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imagem, liberada para uso conforme licença disposta aqui. Thank you.




Tem dias em que me sinto imóvel

Tanta coisa a fazer diante dos olhos

Diante da vida

E eu me dou ao luxo de

Simplesmente

Paralisar.


Paralisar diante da possibilidade de

Viver.

E falhar.

Assim, o mundo se abre dentro de minha mente.

Num infinito de possibilidades paralelas

Onde em todas, eu posso ser

Mais alegre, mais inteligente, mais feliz.


Mas, ainda assim, 

Quando desperto

Eu estou aqui

Inerte

Infeliz, gorda e burra. Imóvel. Incapaz.


E o chicote de autopiedade canta

Outra e outra vez.

Eu me aprisiono no mundo virtual.

E, enquanto a mente viaja

E se diverte em mil possibilidades

de amanhãs diversos

Eu me paraliso

Eu me angustio

Não me movo

E isso dói, dói tanto.

imagem: Elevação, de Wassily Kandinsky


Esses últimos dias têm sido muito esquisitos e eu venho me sentindo bem estranha. Por um lado, me vejo compelida a fazer as coisas que eu tenho que fazer. Por outro, eu me sinto muito compelida a ficar na cama, a dormir e me desconectar de tudo e todas as coisas. Acabo caindo no mesmo dilema de sempre, afinal, não tenho muitas escolhas... Seja por ter filhos, levantar é necessário. Trabalhar é necessário. 

Mas, definitivamente, nesses dias tenho me questionado se o que faço vale a pena... quais os motivos que me fazem trabalhar no que trabalho... se vejo finalidade no que faço... enfim, discussões existenciais. Adoraria já ter a tal da renda passiva rendendo no banco e me livrando da obrigatoriedade de TER QUE fazer determinadas coisas, inclusive de pensar no futuro.
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Algo que eu gostaria realmente é de simplificar tudo. SIMPLES. 
Porque ser simples dá tanto trabalho? Por que complicar as coisas é mais simples?
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Eu sinto que por um lado é toda essa conjuntura que me deixa com esse sentimento de impotência, estagnação e falta de perspectiva futura. As pessoas estão morrendo com falta de ar. Ou seja, o que é mais importante do que conseguir AR para essas pessoas? AR não deveria faltar, meus irmãos. Oras bolas... 
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Nessa perspectiva que eu digo, me voltar para o meu pequeno mundo, focar no meu... faz que sentido? Entendo que é justamente para a gente não adoecer, não se render, não sair estragado dessa situação. Mas, a verdade é que essa situação não passa. E eu, observando o que me é possível observar, percebo que não vai passar tão cedo. E aí, focar nas minhas coisas: CARREIRA, A PÓS-PRODUÇÃO, ARTICULAR POLITICAMENTE, START-UP de AUDIOVISUAL, bláblá... o que seja. Com  as pessoas morrendo de falta de ar... morrendo de fome... como é que esta preocupado com dar aulas de pós-produção pode ser importante. 
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Eu sei que as coisas não são por aí, que não adianta levar a ferro e fogo assim, que tudo vai passar. Mas, é que realmente não pensar que a maior lição de toda essa pandemia acaba sendo "quais são as verdadeiras coisas importantes na vida" é difícil. E para mim, hoje importante são: as pessoas que amamos, as pessoas que cuidam de outros e do planeta, o cuidado com a própria espiritualidade, com o entorno e com o planeta. Sinto muita falta dos encontros presenciais com a espiritualidade e acredito que talvez eu esteja faltando com o auto-cuidado nesse sentido.
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Enfim, gente. Eu precisava escrever um pouco sobre isso.
Não está fácil ver tanta gente sofrendo. Tantos políticos e gente rica sambando na cara da sociedade. 
Sei que tem muita gente trabalhando para evitar que as perdas sejam maiores. E sei também que eu, hoje, não consigo me juntar a elas. E entendo que talvez seja disso que venha a minha impotência e infelicidade agora. Ficar em casa, acuada, sem poder me mover, não é exatamente o que eu (nós) gostaria (íamos) de fazer não é?
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Hoje me perguntaram que mulheres me inspiram... e buscando resposta objetiva, me dei conta de que quando olho minha vida, não tenho como deixar de lado que ela só se tornou viável através da força de MUITAS mulheres. 

Desde a minha mãe que me pariu sozinha e fez das tripas coração para me oferecer escola, casa e condições de ser a mulher que sou hoje. Ela que ainda não pôde parar para cuidar de si, pois ainda cria os três filhos de minha irmã, que tanto amo, mas que ainda está perdida dentro de si mesma.

A minha babá (que nunca ousei chamar assim, mas é), tia Eliene, que por cinco longos anos, cuidou de mim e minha irmã para viabilizar a volta de minha mãe ao trabalho, mas que, da mesma forma, precisava criar suas duas filhas na periferia de São Paulo, onde todas nós morávamos. Era como um grande acordo, um acerto de sororidade entre muitas mulheres, crianças e adultas, pela sobrevivência de duas famílias.

A professora Maria Ataíde, que não me deixou trancar a faculdade, por falta de condições econômicas, me ajudando e oferecendo um trabalho com ela na USP, em SP. 

Da parteiras Claudia Orthof e Rachelli Iozzi que me ajudaram a viabilizar o nascimento dos meninos, em dois partos domiciliares, humanizados, dignos e cheios de amor... Mesmo quando muitos ao redor me diziam que isso era coisa de gente rica (ou de "gente louca"), sem contar os imensos preconceitos com esse tipo de empoderamento feminino que parece ameaçar duramente o patriarcado. 

As mulheres que me ajudaram, que fizeram uma verdadeira CORRENTE e, não apenas uma rede de apoio gigante para me apoiar durante a minha separação. Para me dar suporte na saída emocional e psicológica de uma relação daninha que poderia ser facilmente confundida pela estampa de "família feliz", tão conhecida dos antigos comerciais de margarina.

Da Sandra Vasconcelos que me apresentou caminhos de trabalho quando eu fiquei sem enxergar luz no fim de túnel. Ela me fez enxergar que havia caminhos com o que eu tinha à mão, sem precisar desistir da minha trajetória e nem dos meus sonhos.

A querida coach, Cathia, que me comporta, expande e me dá suporte e me ajuda na reconstrução da minha auto estima e na forma como enxergo a mim mesma: mulher pensante, forte, presente e disposta a fazer a diferença nesse mundo de meu Deus aí. 

E hoje, 08/03/2021, me dei conta de que ser mulher é um ato político… parece bobagem, mas sou avessa à política mesmo tendo características que me levem para esse lado. Porém, apenas hoje me dei conta de que ao nascer mulher, já nasci na luta, já nasci resistência, ou seja, já nasci política... e isso, além de forte, é significativo.

Me inspiram todas as mulheres que me deram palavras de apoio, que me ofereceram ombro, às vezes um vale night que eu usava geralmente pra fazer uma faxina ou dormir. Me inspiram as mulheres que me estenderam a mão apesar de suas vidas difíceis e que me ensinaram a fazer o mesmo por outras mulheres e até mesmo pelos homens... Considerem que sou uma mulher com a missão de gerar, criar e educar dois homens para esse mundão. 

Enfim, não sou afeita a parabéns  e nem flores nesse dia. Não gosto da tokenização da data, pois a existência desse dia resume uma pseudo-comemoração de uma história de dor, de sangue, de perdas…  

Mas, HOJE, solene e humildemente estendo homenagens e reverencio cada uma das mulheres que fizeram e fazem parte dessa fração de histórias que é minha vida. Vocês me criam, me formam e me sustentam. Eu as reverencio, saúdo e respeito. Obrigada.

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