Esses últimos dias têm sido muito esquisitos e eu venho me sentindo bem estranha. Por um lado, me vejo compelida a fazer as coisas que eu tenho que fazer. Por outro, eu me sinto muito compelida a ficar na cama, a dormir e me desconectar de tudo e todas as coisas. Acabo caindo no mesmo dilema de sempre, afinal, não tenho muitas escolhas... Seja por ter filhos, levantar é necessário. Trabalhar é necessário.
Mas, definitivamente, nesses dias tenho me questionado se o que faço vale a pena... quais os motivos que me fazem trabalhar no que trabalho... se vejo finalidade no que faço... enfim, discussões existenciais. Adoraria já ter a tal da renda passiva rendendo no banco e me livrando da obrigatoriedade de TER QUE fazer determinadas coisas, inclusive de pensar no futuro.
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Algo que eu gostaria realmente é de simplificar tudo. SIMPLES.
Porque ser simples dá tanto trabalho? Por que complicar as coisas é mais simples?
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Eu sinto que por um lado é toda essa conjuntura que me deixa com esse sentimento de impotência, estagnação e falta de perspectiva futura. As pessoas estão morrendo com falta de ar. Ou seja, o que é mais importante do que conseguir AR para essas pessoas? AR não deveria faltar, meus irmãos. Oras bolas...
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Nessa perspectiva que eu digo, me voltar para o meu pequeno mundo, focar no meu... faz que sentido? Entendo que é justamente para a gente não adoecer, não se render, não sair estragado dessa situação. Mas, a verdade é que essa situação não passa. E eu, observando o que me é possível observar, percebo que não vai passar tão cedo. E aí, focar nas minhas coisas: CARREIRA, A PÓS-PRODUÇÃO, ARTICULAR POLITICAMENTE, START-UP de AUDIOVISUAL, bláblá... o que seja. Com as pessoas morrendo de falta de ar... morrendo de fome... como é que esta preocupado com dar aulas de pós-produção pode ser importante.
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Eu sei que as coisas não são por aí, que não adianta levar a ferro e fogo assim, que tudo vai passar. Mas, é que realmente não pensar que a maior lição de toda essa pandemia acaba sendo "quais são as verdadeiras coisas importantes na vida" é difícil. E para mim, hoje importante são: as pessoas que amamos, as pessoas que cuidam de outros e do planeta, o cuidado com a própria espiritualidade, com o entorno e com o planeta. Sinto muita falta dos encontros presenciais com a espiritualidade e acredito que talvez eu esteja faltando com o auto-cuidado nesse sentido.
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Enfim, gente. Eu precisava escrever um pouco sobre isso.
Não está fácil ver tanta gente sofrendo. Tantos políticos e gente rica sambando na cara da sociedade.
Sei que tem muita gente trabalhando para evitar que as perdas sejam maiores. E sei também que eu, hoje, não consigo me juntar a elas. E entendo que talvez seja disso que venha a minha impotência e infelicidade agora. Ficar em casa, acuada, sem poder me mover, não é exatamente o que eu (nós) gostaria (íamos) de fazer não é?
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