Hoje vi um cachorro com focinheira na rua. Na verdade eram dois cachorros e uma dona que caminhavam por uma pracinha no centro. Não sei quem era levado... a dona ou os cachorros... mas, reparei que um deles latia manhosamente, quase ferozmente. O outro permanecia sério, em silêncio... Com focinheira.

Era um objeto de metal, parecia um funil. Bem assustador. Não comum para um cachorro daquela raça. É, porque não se tratava de um rottweiller ou outra espécie comumente temida por sua condição canina mas, se tratava, sim, de um dog de pequeno porte, não sei a raça, mas, pequeno, preto e de pêlo curto. Não parecia oferecer perigo.

Observei o quanto o outro cachorrinho latia. Irritante, verdade. Observei rapidamente a dona. Dizem que cães têm a cara de seus donos. Acho até que concordo com isso. Já vi muitos casos de semelhança e consigo vê-la até mesmo quando se trata de minha gatinha (mesmo sabendo que gatos não são cães, hehehe). Olhei novamente para o cachorro de focinheira e não pude deixar de pensar na aflição que o pobre devia estar sentindo.

Ou será que já está acostumado?

A dona dos caninos não aparentava ser, assim, de muita conversa. Se escondia por trás de uma aparência carrancuda e de um óculos de grau elevado. Aquilo parecia ser um passeio matinal com os bichos... por isso, fiquei um pouco passada. Um cachorro não parava de latir e o outro só olhava. Minha imaginação a longa distância já calculava o tratamento dado a eles dentro da casa da cidadã... Imaginei que ela era sozinha com os dois cachorros e que deveria tratá-los como filhos. Mas, fazendo diferença entre um e outro.

Foi quando a vi, trazer o cachorro irritante ao colo. Como um bebê. E, o mesmo, parava de latir naquele instante. Não é que o bicho estava pedindo colo? Loucura. Dizem que animais também são gente. Meu pai se irrita muito quando conversamos com a Maria Regina (minha gata), que tem até nome e vai ao médico mais freqüentemente que nós. Mas, a verdade é que o grau de interação e tratamento entre dono-aninal de estimação pode chegar a esse grau de aparente comunicação quase humana... Uffa...

A imagem do cachorrinho com bico de metal é que me deixou muito aflita... Se ele quisesse latir... se ele andasse demais e resolvesse suar (cachorro não sua pela língua?)... se ele quisesse "falar" qualquer coisa???? Me restou apenas a lembrança do olhar do bichinho...
Next Post Newer Post Previous Post Older Post Home

0 comment :

Post a Comment

jQuery(document).ready(function(e) { e(".article_slider").owlCarousel({ autoPlay: 1e4, slideSpeed: 400, singleItem: true, navigation: false, pagination: true, }); }) $(".popular-posts .item-thumbnail img").attr("src", function (e, t) { return t.replace("s72-c", "s180-c") }); $('.popular-posts ul li .item-snippet').each(function(){ var txt=$(this).text().substr(0,150); var j=txt.lastIndexOf(' '); if(j>10) $(this).text(txt.substr(0,j).replace(/[?,!\.-:;]*$/,' ...')); }); $(document).ready(function(){ var smooth_scroll = $('#smooth_scroll'); //Click event to scroll to top smooth_scroll.click(function(){ $('html, body').animate({scrollTop : 0},800); return false; }); var menu_toggle = $('a.vt_menu_toggle'); menu_toggle.click(function(){ $("ul.blog_menus").slideToggle(); }); }); //]]>