Curioso... esses dias tenho tido e sofrido de uma loucura e de uma angústia sem nome. Camilo tenta e tenta decifrar-me e descobrir "que carajo me pasa" mas, é em vão porque eu mesma não sei o nome desse enjôo que sinto há quase uma semana.

tentei ler meu horóscopo mas, me deparei com um "é a época do ano em que você está mais afetado pelas idéias ancestrais do seu inconsciente" e não sei se não entendi ou se mais uma vez, prefiro não entender essas coincidências de jornal...

enfim, Luiza aqui da produção, me viu lendo o Globo e me apontou a coluna do Jabor, chamada "A felicidade hoje é fechar os olhos"... li e me lembrei do que escrevi ontem quando disse que a gente tem que ser uma publicidade ambulante...

O texto é realista, profundo, "cru"...bem escrito, é Jabor... mas, vou transcrever alguns trechos... agora acho que não estou tão sozinha no mundo... acho que posso continuar tentando ser feliz...
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**Antigamente, a felicidade era uma espécie de "missão" a ser cumprida, a conquista de "algo maior" que nos coroasse de louros; a felicidade demandava o "sacrifício", a renúncia, a luta contra obstáculos. A idéia de que a felicidade se "constrói" já ficou para trás. Hoje, felicidade é ser desejado.

A idéia de felicidade não é mais interna, como a dos monges, ou a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. Felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento. McLuhan escreveu que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um "avião", peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas...**

**Somos "felizes" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, bagatelas, micharias. Uma alegria para nada, para rebolar o rabo nas revistas, substituindo o mérito pela fama. Essa infantilização da felicidade pela mídia se dá num mundo em parafuso de tragédias sem solução, como uma disneylândia cercada de homensbomba. Não precisamos fazer ou saber nada; o sujeito só existe se aparecer.**

**Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos, brilhantes indivíduos, celebridades que fujam do escuro anonimato e o desejo de virar pó, de ser uma formiga obediente, conduzida por um comandante qualquer.

E tudo sempre em nome da palavra-chave da época: a liberdade, que todos fingem querer, a liberdade respirando como um bicho sem dono entre o individuo e a massa, a liberdade - esta coisa que provoca tanta angústia.**


é, Jabor...está dito.
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