My boys, you know I think I'm cool...

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Hahahaha sim, na perspectiva do tempo, acho uma babaquice eu não ter consciência plena de como sou cool, de que tenho bom gosto, de que sei aproveitar o tempo e a vida, que sou criativa, gente boa, de coração grande, generosa, amável, intensa, esperta, rápida no gatilho. 

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Quando escuto aquela música da Whitney Houston, I'm every woman, it's all in me... Anything you want done baby, I do it naturally... parece que é isso aí, é como sou, quem sou, pra onde vou. Eu me sinto uma pessoa ótima, querida, legal, espirituosa, fogosa, incrível baby.


Mas, aí vem o mundo.


HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA


Acorda, garota.


E eis é como me sinto importuna, imbecil, fraca, incapaz de fazer as coisas direito, arrogante, espaçosa, preguiçosa, ansiosa, "pró-ativa demais", intransigente. Sempre uma porta na cara, sempre um "aqui você não pode entrar", um "amiga, você já pagou sua parte?", sempre um "quem você pensa que você é?" ou mesmo aquele clássico chamar pra almoçar pra me dizer "o que vc quer eles não vão te dar...". 

A lista de exigências para eu pertencer aos lugares só não parece maior do que a lista para permanecer nos espaços e mais ainda... a lista para progredir nos lugares é gigante. 

A progressão, por sua vez, eventualmente chega quando tenho algo a oferecer. 


Enquanto escrevo, infelizmente, são muitas as experiências que vem na minha cabeça.


Como quando o "amor da minha vida" me diz: "com você eu vou ao céu mas, tenho medo de cair de lá (ou algo que o valha), por isso vou ficar com a fulana que me traz mais segurança". Ou quando o job termina lindão depois de dois anos de convivência, muita luta e muito perrengue e o chefe me diz: "foi ótimo, ficamos no orçamento, deu tudo certo mas, você foi instransigente." Ou ainda, quando sou demitida por ser "pró-ativa demais, preciso de alguém que fique debaixo da minha asa". Pra não contar até com a evolução espiritual onde o responsável pelo trabalho espiritual deixa claro que "talvez eu não seja um tutor espiritual adequado, não tenho formação que me assegure como proceder em meio a tantas variáveis.


Quando o meu pai me perguntou se aquele americano que o pai dos meninos acreditou que eu tinha um caso, estava pensando em realmente vir para o Brasil, eu perguntei a ele: "você não viria?" E, meu pai, sem pestanejar mas, um pouco sem jeito, me disse: "Não... Não."


A vida vem me afirmando desde quando nasci que tudo o que eu penso de mim é uma grande farsa e um grande invento da minha cabeça. E, mesmo que eu queira desconstruir tudo isso, é muito difícil, tem sido muito difícil. 


Tem uma série de questões nas quais fui me dando conta ao longo do caminho... como ser mestiça de negros e indígenas num país racista a beça... como ser mulher nessa sociedade patriarcal, mais que qualquer coisa. Como não vir em berço de ouro, nem ter a sorte de nascer numa família onde as pessoas primam pela sanidade mental e pelo afeto, mas, que ao invés, escolhem os vícios e às viscissitudes para fazer escolhas duvidosas e permeadas pela raiva, pelo destempero e pelas ilusões do cotidiano.


Há quem possa dizer: olha ela reclamando, a vida se faz por si só com a sua própria força de vontade e seu mérito e seu esforço... E eu digo, sim! FATO! Olho de onde vim e sei o quanto eu alcancei.


Mas, infelizmente, é com muita dor que muitas vezes eu só consigo me sentir ilegítima. 


I-le-gí-ti-ma. 


Acho que é a primeira vez que me refiro a mim mesma com essas palavras. Não só escritas. É a primeira vez que coloco nome nesse sentimento de MIM para MIM. E, confesso, acho bem triste. Porque... lembra como comecei falando de mim mesma? 


Não tem nada muito concreto nem duradouro na minha realidade que sustente aquele sentimento todo, as opiniões de mim pra mim mesma. Tem talvez os meninos, meus filhos... (mas, um deles já chegou na adolescência, num mood eterno de mesclar tentar me enganar com me xingar e me colocar pra baixo pra ele se sentir colocando sua revolta pra fora... típico adolescente.... Eu que não tive meus pais presentes para fazer isso e precisei engolir tudinho pra dentro, hahahaha letras pequenas mesmo, ok?)  Só que filho não conta... na verdade, não contaria nenhuma opinião externa.


(to be continued).

Image by storyset on FreePik

AAAAAAH, acho que é hora de vomitar. O tempo começou a correr rápido demais.

Ainda não sei se é efeito da idade em si. Talvez tenha passado da curva de subida mais lenta para, de vez, escorregar, à velocidade vertiginosa.... 

Adrenalina da vida… O fato é, que tá passando. Rápido demais. Too fast. Too furious.

Algo em mim, por outro lado, só quer vomitar, se renovar. Voltar um pouco no tempo, talvez. Tento não flertar muito com esse sentimento, mas estou vendo, esquisito à beça, eu estou me vendo e me afastando um cadinho só (por enquanto) da curva da vida, da dinâmica... Idade.

A pele não é mais a mesma. Mas, outro dia, vi meu rosto no espelho e me senti jovem. Ainda vi uma jovem ali nas entranhas da pele que ainda só quer, cair... 

Perguntei ao meu filho: "você acha que a mamãe tá ficando velha?" e ele, jovem Nohê, me respondeu "Não.". Eu pergunto, "Tem certeza? Diz a verdade."(eu sou terrível) e ele faz um muchocho "É..." hahahaha 

A perspectiva do jovem é outra, impressionante. Às vezes tento lembrar como era e me 

Eu primeiro acreditei que aos 30 estaria acabada. Em algum momento achei que aos 30 estaria madura e resolvida. Aos 30 tive meus filhos e percebi que a vida só começou aos 33 de verdade. 

Mas, hoje, aos 43, enfrentando tão cedo os calores da maturidade (minha trajetória não é bolinho, my friends) eu sinto que o tempo foi voraz comigo. Não sei se passou rápido assim pq amadureci tão cedo (infância roubada, adolescência muito rápida, senso de autorresponsabilidade precoce) que a vida me salvou tempo pra curtir daqui a pouco (ainda) ou se tá chegando ao fim mesmo.

Fato é que nem bem me adapto a um corpo, nem bem me acomodo numa casca... Tão pronto a vida me convida a sair logo... logo, logo! vai, vai, já vai sem tempo... e estou eu, metamorfose transante ambulante mirabolante, me adaptando a tudo de novo...

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E assim lá se vai mais um ano, muitas promessas de voltar a escrever. 

De transcrever alguns textos que ficaram perdidos aqui pelas notas do computador, do celular, dos cadernos e papeis perdidos. Acho que sinto ainda vontade de sangrar, de vomitar palavras ao vento, pelo ar, nos papéis, pelas tintas de canetas e teclas ao digitar. 

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De agora volta em sempre, que eu sei que o tempo passa e não volta mais.

Por isso, enquanto eu puder e ainda me lembrar de como se escreve, de como se tira sentimento de dentro pra fora, vou continuar escrevendo. Aos poucos, quem sabe se consigo rechear aqui um pouco mais, com mais ideias e palavrinhas... pra memória dos que virão me ler um dia no futuro.


Oh gosh, esses dias tem sido insanos. Ao mesmo tempo em que eu sinto que tem uma virada muito louca chegando, eu sinto o enjôo dessa virada antecipadamente. Seja no trabalho, seja nas relações com as pessoas, seja na parte sentimental, maternal... enjôo e tontura é básica e literalmente o que sinto.

Obviamente não tem sido fácil. 

Obviamente tem sido meio polêmico.

Obviamente a certeza não se avizinha.

Obviamente disfarçar as coisas não é o meu forte e quem me rodeia saca e sente que tem algo estranho no ar. Agora, pergunto. Depois de 1 ano e 9 meses de pandemia, quem é que te rodeia? Qual é o pente que te penteia? (hahaha essa última foi pra rimar e lembrei da música do Planet Hemp enquanto escrevia.)

Nesse último mês, tive uma conversa forte com o Vitor sobre abandono, rejeição, dor e responsabilização. Ele desligou a chamada, pois só pode falar comigo clandestinamente quando vai de uma consulta médica pra casa e vice-versa. E não voltou mais. Não voltou mesmo. Desconversou. Me ignorou. Obviamente que isso aflorou a mesma situação já vivida e relatada nesse blog. A Keila madura abre espaço então pra jovem adulta apaixonada e rejeitada.... Mas, a Keila madura não quer e não aceita mais isso. E então, tomei a ação: afastamento online pra arrematar o afastamento que é físico.  Pra quê a pessoa dá um gelo virtual numa relação de 20 anos que é construída em cima da ausência concreta do toque e da presença? Crueldade em cima da crueldade... Falta o afastamento emocional, que é algo um pouco mais difícil. Eu penso nele com muito carinho, eu sinto muito que seja assim. Depois da ida de Carol, a gente prometeu estar em contato, pra não se abandonar então me pergunto. Por que essas atitudes e porque eu preciso tolerar? Eu não quero ser tratada assim mais, por ninguém. Dá um gosto de amargura mas, me parece melhor e mais sensato. Para dar o passo adiante inclusive. 

Claro que o pacote não poderia ser incompleto. Mais ressuscitamentos deveriam acontecer. 

Sr Wellington primeiro... com uma conversa de que "por que não demos certo?" "vamos nos encontrar?" Ele com a foto de perfil do filho mais novo (ele não ficou comigo mas, se casou e teve um bebê) Eu, que não estou disponível, deixei ele mesmo jogar o lastro e se enrolar. Ele marcou um encontro de forma estranha ("eu vou passar aí em Botafogo daqui a pouco e te ligo pra encontrar"). Amigos, eu nem tinha dado o endereço de onde estou. Claro que ele nunca foi a Botafogo. Não sei se porque não demonstrei empolgação, mas curiosamente depois dessa mensagem, ele sumiu. E apareceu no dia seguinte com mil desculpas de coisas mirabolantes que haviam acontecido com ele. Same story, always (porque essa gente cruza meu caminho meu Deus). A última mensagem está lá sem responder porque não há o que dizer para quem não é ponta firme. Com alguém assim, nem amizade dá pra ter, simplesmente porque não é possível contar com a pessoa. 

Agora a surpresa e ele recai sobre as mesmas questões que eu disse pra ele estarem claras desde sempre, sobre o "porque não deu certo."  e Sr Colin reaparece também para me contar que sonhou comigo. Que ele estava quase num pesadelo, sufocado e que acabava ouvindo minha voz em meio a água de um banho que tomava e essa minha voz limpava todas as angustias dele... e ele me agradeceu "E lembrei pqp na adolescencia vc foi uma das poucas que me entendia.".... eu fico com a questão: quem me entendeu na infância, na adolescência, na vida adulta? Quem? Eu sou psicóloga desde quando minha gente? Conversamos uma  conversa boa e rememoramos algumas coisas

São muitos os seres humanos cisgêneros masculinos que voltam depois de anos para me agradecer. São escrotos comigo, são crueis e voltam para reconhecer a babaquice, pedir perdão e ver se seguem com a amizade minha, que, de alguma forma eles reconhecem como valiosa. Para mim, é absurdamente desgastante tudo isso. Pior que, como há uma frequência, EU SEI que não reside neles a responsabilidade da situação. Ao contrário, reside em mim. 

Não se trata de culpa, de errar, nada disso. Mas, tem um padrão de comportamento meu que acabou gerando relacionamentos que terminaram assim, gerando esse ciclo de consciência posterior. Seja porque eu antevejo situações, seja porque eu vejo nas pessoas potenciais futuros delas e não o que elas podem me oferecer no presente, seja porque eu não ME vejo com valor suficiente, me colocando sempre ao lado daquilo que ainda não se revelou ou explodiu de fato. Seja porque me venderam uma ideia de que, como mulher, eu deveria ajudar o homem a construir algo... ou que apenas juntos é que se constrói algo... Essa conversa pode servir a muita gente, serviu a todos eles, inclusive... todos tem vidas construidas com suas mulheres (ou sem elas já)... 

Esse padrão não é nem nunca foi pra mim. Eu já deveria ter ME construído e passei anos na conversa errada. O meu amor está aí (STU foi a amostra né) só que só vamos encontrar quando for a hora, se for hora inclusive. Esse encontro não poderia pautar nada do que eu tenho a fazer na vida. Não mesmo. E quando é que eu iria acordar pra isso? 

Minha conversa com Vitor foi sem permissão dele, tava me queimando no peito, não pedi licença pra falar de coisas tão profundas. A forma como ele lidou me decepcionou muito... Por que eu achei que seria diferente? Não é culpa dele e nenhuma das histórias são culpa de ninguém. As pessoas dão aquilo que são capazes de dar, e porque eu tenho que ter as minhas exigências atendidas? Quem sou eu afinal.

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Não

Preciso apenas ir atrás do que tenho que fazer. E isso já é muito. Olha aí: tenho trabalho gigante a fazer, duas crianças a criar, sonhos a realizar, minha própria trajetória para dar conta. Devo fazer isso mesmo: cuidar da minha vida. Amor é a liga de tudo isso aqui e, ao final, a fonte desse amor, sou euzinha mesmo. Amar para multiplicar Amor. Multiplicar e Expandir. Mesmo quando Venus estiver retrogrado.

(já saberei como lidar com a mágoa que esses amiguinhos acabam por remexer cada vez que voltam pra conversar, mesmo que bem intencionados. isso sim é questão, pois vira câncer. credo.)

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imagem, liberada para uso conforme licença disposta aqui. Thank you.




Tem dias em que me sinto imóvel

Tanta coisa a fazer diante dos olhos

Diante da vida

E eu me dou ao luxo de

Simplesmente

Paralisar.


Paralisar diante da possibilidade de

Viver.

E falhar.

Assim, o mundo se abre dentro de minha mente.

Num infinito de possibilidades paralelas

Onde em todas, eu posso ser

Mais alegre, mais inteligente, mais feliz.


Mas, ainda assim, 

Quando desperto

Eu estou aqui

Inerte

Infeliz, gorda e burra. Imóvel. Incapaz.


E o chicote de autopiedade canta

Outra e outra vez.

Eu me aprisiono no mundo virtual.

E, enquanto a mente viaja

E se diverte em mil possibilidades

de amanhãs diversos

Eu me paraliso

Eu me angustio

Não me movo

E isso dói, dói tanto.

imagem: Elevação, de Wassily Kandinsky


Esses últimos dias têm sido muito esquisitos e eu venho me sentindo bem estranha. Por um lado, me vejo compelida a fazer as coisas que eu tenho que fazer. Por outro, eu me sinto muito compelida a ficar na cama, a dormir e me desconectar de tudo e todas as coisas. Acabo caindo no mesmo dilema de sempre, afinal, não tenho muitas escolhas... Seja por ter filhos, levantar é necessário. Trabalhar é necessário. 

Mas, definitivamente, nesses dias tenho me questionado se o que faço vale a pena... quais os motivos que me fazem trabalhar no que trabalho... se vejo finalidade no que faço... enfim, discussões existenciais. Adoraria já ter a tal da renda passiva rendendo no banco e me livrando da obrigatoriedade de TER QUE fazer determinadas coisas, inclusive de pensar no futuro.
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Algo que eu gostaria realmente é de simplificar tudo. SIMPLES. 
Porque ser simples dá tanto trabalho? Por que complicar as coisas é mais simples?
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Eu sinto que por um lado é toda essa conjuntura que me deixa com esse sentimento de impotência, estagnação e falta de perspectiva futura. As pessoas estão morrendo com falta de ar. Ou seja, o que é mais importante do que conseguir AR para essas pessoas? AR não deveria faltar, meus irmãos. Oras bolas... 
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Nessa perspectiva que eu digo, me voltar para o meu pequeno mundo, focar no meu... faz que sentido? Entendo que é justamente para a gente não adoecer, não se render, não sair estragado dessa situação. Mas, a verdade é que essa situação não passa. E eu, observando o que me é possível observar, percebo que não vai passar tão cedo. E aí, focar nas minhas coisas: CARREIRA, A PÓS-PRODUÇÃO, ARTICULAR POLITICAMENTE, START-UP de AUDIOVISUAL, bláblá... o que seja. Com  as pessoas morrendo de falta de ar... morrendo de fome... como é que esta preocupado com dar aulas de pós-produção pode ser importante. 
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Eu sei que as coisas não são por aí, que não adianta levar a ferro e fogo assim, que tudo vai passar. Mas, é que realmente não pensar que a maior lição de toda essa pandemia acaba sendo "quais são as verdadeiras coisas importantes na vida" é difícil. E para mim, hoje importante são: as pessoas que amamos, as pessoas que cuidam de outros e do planeta, o cuidado com a própria espiritualidade, com o entorno e com o planeta. Sinto muita falta dos encontros presenciais com a espiritualidade e acredito que talvez eu esteja faltando com o auto-cuidado nesse sentido.
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Enfim, gente. Eu precisava escrever um pouco sobre isso.
Não está fácil ver tanta gente sofrendo. Tantos políticos e gente rica sambando na cara da sociedade. 
Sei que tem muita gente trabalhando para evitar que as perdas sejam maiores. E sei também que eu, hoje, não consigo me juntar a elas. E entendo que talvez seja disso que venha a minha impotência e infelicidade agora. Ficar em casa, acuada, sem poder me mover, não é exatamente o que eu (nós) gostaria (íamos) de fazer não é?
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Hoje me perguntaram que mulheres me inspiram... e buscando resposta objetiva, me dei conta de que quando olho minha vida, não tenho como deixar de lado que ela só se tornou viável através da força de MUITAS mulheres. 

Desde a minha mãe que me pariu sozinha e fez das tripas coração para me oferecer escola, casa e condições de ser a mulher que sou hoje. Ela que ainda não pôde parar para cuidar de si, pois ainda cria os três filhos de minha irmã, que tanto amo, mas que ainda está perdida dentro de si mesma.

A minha babá (que nunca ousei chamar assim, mas é), tia Eliene, que por cinco longos anos, cuidou de mim e minha irmã para viabilizar a volta de minha mãe ao trabalho, mas que, da mesma forma, precisava criar suas duas filhas na periferia de São Paulo, onde todas nós morávamos. Era como um grande acordo, um acerto de sororidade entre muitas mulheres, crianças e adultas, pela sobrevivência de duas famílias.

A professora Maria Ataíde, que não me deixou trancar a faculdade, por falta de condições econômicas, me ajudando e oferecendo um trabalho com ela na USP, em SP. 

Da parteiras Claudia Orthof e Rachelli Iozzi que me ajudaram a viabilizar o nascimento dos meninos, em dois partos domiciliares, humanizados, dignos e cheios de amor... Mesmo quando muitos ao redor me diziam que isso era coisa de gente rica (ou de "gente louca"), sem contar os imensos preconceitos com esse tipo de empoderamento feminino que parece ameaçar duramente o patriarcado. 

As mulheres que me ajudaram, que fizeram uma verdadeira CORRENTE e, não apenas uma rede de apoio gigante para me apoiar durante a minha separação. Para me dar suporte na saída emocional e psicológica de uma relação daninha que poderia ser facilmente confundida pela estampa de "família feliz", tão conhecida dos antigos comerciais de margarina.

Da Sandra Vasconcelos que me apresentou caminhos de trabalho quando eu fiquei sem enxergar luz no fim de túnel. Ela me fez enxergar que havia caminhos com o que eu tinha à mão, sem precisar desistir da minha trajetória e nem dos meus sonhos.

A querida coach, Cathia, que me comporta, expande e me dá suporte e me ajuda na reconstrução da minha auto estima e na forma como enxergo a mim mesma: mulher pensante, forte, presente e disposta a fazer a diferença nesse mundo de meu Deus aí. 

E hoje, 08/03/2021, me dei conta de que ser mulher é um ato político… parece bobagem, mas sou avessa à política mesmo tendo características que me levem para esse lado. Porém, apenas hoje me dei conta de que ao nascer mulher, já nasci na luta, já nasci resistência, ou seja, já nasci política... e isso, além de forte, é significativo.

Me inspiram todas as mulheres que me deram palavras de apoio, que me ofereceram ombro, às vezes um vale night que eu usava geralmente pra fazer uma faxina ou dormir. Me inspiram as mulheres que me estenderam a mão apesar de suas vidas difíceis e que me ensinaram a fazer o mesmo por outras mulheres e até mesmo pelos homens... Considerem que sou uma mulher com a missão de gerar, criar e educar dois homens para esse mundão. 

Enfim, não sou afeita a parabéns  e nem flores nesse dia. Não gosto da tokenização da data, pois a existência desse dia resume uma pseudo-comemoração de uma história de dor, de sangue, de perdas…  

Mas, HOJE, solene e humildemente estendo homenagens e reverencio cada uma das mulheres que fizeram e fazem parte dessa fração de histórias que é minha vida. Vocês me criam, me formam e me sustentam. Eu as reverencio, saúdo e respeito. Obrigada.


Mas, gente, que ano!!! 

Eu, particularmente, no meio dessa pandemia toda, tô muito feliz de estar em casa, com as crianças, curtindo o final de ano. Até tenho vontade de viajar, de curtir um mato, de estar num rio, numa natureza, vendo verde, sentindo cheiro de terra molhada mas, honestamente, tô optando por aceitar o que 2020 me trouxe nesse momento: a pausa. 

Dessa pausa obrigatória, parada para todos do planeta, eu tirei muita coisa interessante. Movimentos inclusive. 

Em março, vi o mundo pausar. 

Se reorganizar. 

Eu, que tava correndo a maratona, já nos finalmente, arrasada por não consegui acompanhar o mundo, confesso, que fiquei feliz com a pausa generalizada.

Antes que me apontem mil dedos: NÃO, não estou feliz com a pandemia. Como estaria? Não acredito que haja algo bom nela. Não faço a linha Pollyana de que querer apagar toda a tragédia que veio dessa situação. Mas, eu preciso confessar que olhando em perspectiva, do jeito que estava indo a rotina, eu não sei onde eu iria parar. 

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Num burnout, talvez. 

Num tratamento médico qualquer, talvez...

Num mãenicômio, com certeza.

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Isso, porque eu estava enlouquecida, sustentando um modelo de vida que estava me sufocando. Dormindo pouco, trabalhando muito, me sobrecarregando com uma rotina de filhos, escola, estrutura de vida, transporte, trânsito, supermercado, dívidas... os meninos em escolas novas, eu testando ensiná-los a fazer mais coisas em casa e até a andar sozinhos duas quadras entre a escola e o meu trabalho, tudo junto. Em fevereiro, foram quase R$1000,00 de uber gente. Eu, com todo um plano financeiro na vida para pagamento de dívidas, gastando isso com deslocamento? Honestamente, não tinha como seguir muito longe. 

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Então, a pausa de 2020, sendo mundial, me tirou dois pesos das costas: 

1. o peso de acreditar que só eu não estaria dando conta.

2. o peso da minha própria rotina, uma espiral que não me levava exatamente à evolução.

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O trabalho logo se acomodou para ser feito remotamente (uma pena que logo nos meses seguintes, tivemos uma redução substancial no pagamento mas, agora sim, fazendo a Polyanna: pelo menos tinha algum pagamento e ainda fui mantida na empresa) e o custo de transporte foi à zero bem como o custo com besteira e alimentação na rua. O desafio, a partir dali, passou a ser adaptar a rotina para acomodar tudo o que fazíamos fora, agora, dentro de casa.

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Não demorou muito pra que eu concluísse que seria uma oportunidade única de estar efetivamente perto das crianças mas, também não demorou pra eu me frustrar pelo fato de não conseguir ser mãe, faxineira, cozinheira, workaholic, instrutora de atividade física, recreadora e também PROFESSORA. 

ESCOLA FAZ MUITA FALTA e HOMESCHOOLING NÃO É MINHA PRAIA.

Levou tempo mas, a rotina se acomodou e eu consegui me reinventar fazendo várias atividades online, remuneradas e não-remuneradas. Recebi ajuda financeira de lugares inesperados, inclusive do pai das crianças. Devi três meses de aluguel, cheguei a pegar cesta básica num certo momento mas, quando a coisa ia ficar difícil mesmo, pintou trabalho significativo e a Dona Pindaíba não fez casinha perto não. Sorte? Não sei não. O fato é que não deixei a peteca cair. (In)Felizmente, senti que fui preparada para esse momento e acho que consegui ficar firme (que nem gelatina) só por conta de um monte de infortúnio passado que, agora compreendo bem, serviu de treinamento. Nem terapia eu fiz nesse período, gente.

Infelizmente, perdi meu tio Zé na pandemia. Tive alguns parentes internados. Muitos amigos infectados. Eu mesma fiz teste duas vezes com suspeita. Uma roleta russa sem pistola, onde a bala é invisível e tem calibre vírus. Cada vez que saímos à rua, que recebemos uma encomenda, entrega, o que seja, há um risco. Mas, o fato é que estamos por aqui ainda, firmes e fortes e eu, tô bem tranquila de não estar naquele reveillon de loosho na reserva florestal dos meus sonhos. Tô feliz de, até aqui, estarmos bem e vivos.   

 E é por isso que me deu vontade de escrever aqui. Afinal, tô nas férias coletivas, arrumando papelada, revendo minha vida financeira pra 2021 que ainda não está exatamente acomodada não. Mas, esse ano saio integralmente das dívidas adquiridas no período da separação (2013) e calotes (2015). E, estou me educando para que esse seja o primeiro ano de muitos de efetiva prosperidade e abundância em minha vida. 

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Acho que volto em breve pra fazer mais algumas reflexões: quero voltar a falar do Vitor, quero falar da minha irmã, quero falar do machismo nosso de todos os dias, quero falar de assédio moral, quero falar de redes sociais e presença digital. Quero falar de rabanadas, quero falar de coincidências e sincronicidades), enfim... Já listei uns 08 temas aqui. Vamos ver se dou conta.

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Por hora, se não volto esse ano (NÃO SEI, hahah) fica um feliz 2021 pra cada um de vocês que não me lêem ou, o fazem muito tardiamente. Que a partir daqui, você consiga se autoconhecer. Porque só assim, através da auto compreensão e conhecimento, é que as coisas ficam mais leves.

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Um beijo imenso.

foto: do insta de Reese Witherspoon mesmo :-)





Ok, tem 3 anos que não escrevo nesse blog.
Uma vergonha. Mas, poderíamos dizer que o bom filho à casa torna?
Podemos dizer que tá tudo bem, o importante é fazer cada coisa a seu tempo?
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Nesses três anos, tanta coisa aconteceu e eu não consegui dar pausas para a escrita. Curiosamente, esse lugar de desabafar pelas palavras tomaram outro contexto e, honestamente, não sei bem como descrever. Por um lado, passei a negar a possibilidade de colocar apenas sentimentos doloridos em palavras (oras, as coisas boas também devem fluir como inspiração). Por outro lado, descobri uma certa influência externa nas minhas inspirações (sim, me descobri, além de tudo, uma mediadora de mensagens entre mundos). Isso pira o cabeção de qualquer um, não é?
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Mas, também, tem outro fator importante:
Em 2017, eu decidi correr atrás de regulamentar toda a minha vida financeira. Nesse ano, também deixei de alguma forma de dar importância a meus vitimismos, às circunstâncias e aos desprezos de Camilo com relação aos meninos (ainda que eu acredite, ainda, que ele fazia isso por impotência, por me responsabilizar e não necessariamente por falta de amor e afeto por eles - olha eu justificando - mulheres.).
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Com isso, fui atrás MESMO, de limpar meu nome, organizar minhas dívidas, do bololô que tudo virou quando me separei (primeiro, em 2013) e de quando levei os três calotes (segundo, em 2015). Mudei de casa (num processo muy loco), criei planilhas, participei de eventos, me joguei no mundo online de ganhar dinheiro, vendo portas e janelas se abrindo pra eu viabilizar o meu propósito.
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Mudei de casa, arrumei trabalho numa start-up de San Francisco (a Directly), recebi uma proposta de administrar um apartamento de uma família de Brasília no Airbnb, fui fazendo projetos de audiovisual, foquei nas orientações feitas por "minha coach" e me joguei de cabeça no processo de dar aulas. Tudo isso me trás aqui pra 2020, no meio de uma pandemia mundial de COVID-19, com tudo parado, meio voltando, atravessado, com um presidente reacionário no poder e com nome limpo(YES!), dividas se encaminhando para o finalmente de liquidação (contagem regressiva para cumprir meta até fevereiro de 2021).
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Enquanto escrevo, vejo que há alguns pontos importantes a serem abordados  (entre aspas) pra fazer esse movimento. Fiz muitas escolhas, precisei trabalhar o ego, dar prioridades certeiras, deixar fluir um monte de questões ligadas ao controle, sabe? Além disso, tenho vários sonhos que estão sendo colocados em desenvolvimento para serem realizados, aos poucos enquanto esse processo de liquidar as dívidas não se finaliza. Fiz um site, ajudei a montar um coletivo, estou auxiliando associações a se formarem, comecei a fazer trabalhos mais importantes, enfim... tem coisa pra falar, pra explorar.
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Posso dizer que nesses três anos o mundo mudou muito, ou talvez, EU é quem tenha mudado muito. (não, o mundo mudou mesmo) VAMOS ver se consigo, com certo ritmo, trazer um pouco de tudo isso pra cá, com novos textos. Como sempre o objetivo não é viralizar, na verdade, nem ter público. Apenas registrar. É importante eu ter os meus registros. É importante eu fazer as minhas catarses aqui. Elas são muitas. Na perspectiva da vida: sou uma pessoa de múltiplas catarses.
Enfim.
Disse muito, não disse nada.
Mas, venci!
Há meses venho ensaiando pra escrever aqui.
E aqui está!
Mais um post.
Simbora!!
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Esse ano, resolvi ficar bem quietinha. Arrumar a casa, arrumar a alma, preparar o terreno e botar adiante o plano de gerar fundações. Em 2013 minha vida passou por uma revolução que não parou nunca mais. Dá um livro, juro. 

Eu imaginava que se transformar naquilo que se sonha era algo fácil e que todo o meu instinto caótico, toda a minha facilidade em lidar com o imponderável era suficiente para dar conta do que vinha ali. Bem. Não foi bem assim. Dar conta de andar sobre as próprias pernas, não foi uma tarefa fácil.

Anotem: lidar com o caos exige disciplina. 

E disciplina, efetivamente, é liberdade. 

Foram muitas etapas e muitas tarefas internas, mas... ao mesmo tempo, o planeta e as pessoas parecem estar em mutação, migrando, se transformando também. Seja no macro, ou no micro, na política, no futebol ou nas religiões, seja no interior de cada ser humano… são inúmeras as revoluções que estão em curso agora. São incontáveis as implosões, explosões, são numerosas as transformações. Sim, somos muitos passando por esse mesmo processo. É como se estivesse sendo formado um exército, sei lá (viagem da minha mente?)

O que eu sei, é que tudo vai se acalmar. Agora não, mas vai.

Eu passei 2017 gerando as fundações. Quietinha mesmo, na minha, me conectando às pessoas afins. Pessoas com quem me conecto, com quem posso estabelecer relações mútuas de confiança. Trabalhei na lei do mínimo esforço por um tempo porque vi que o tanto de força que eu fazia para me manter de pé, não estava me levando a nada. Aprendi de verdade que menos é mais, que o pensamento é uma energia poderosa, que não estamos aqui por um acaso e que existe muito, mas muito mais entre o céu e a terra do que qualquer filosofia ou teoria da conspiração possa imaginar. 

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Venci a procrastinação. Superei minha vitimização.

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Sei que quando escrevo parece que “tô pronta” hahaha, mas tô longe ainda, falta muuuuito. Mas, me sinto hoje mais madura e preparada para sustentar minha autenticidade e quando me olho no espelho, estou muito mais à vontade do que antes. 

Precisei realmente olhar para mim e pensar no que eu quero da vida. Não como antes. Apenas como agora. 

Não fechei os olhos pro que está errado. Não deixei de lado o meu senso crítico, minha capacidade analítica, minha inteligência. Mas, me fortaleço e me trabalho porque sei que é necessário. 

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2017 foi esse ano de parcerias mas, tão introspectivo...

2018, espero que seja um ano de muito mais "nós".

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Um brinde especial a todos que viveram suas revoluções e àqueles que se reinventaram em 2017!

Um brinde àqueles que nos deram base para estarmos aqui!

Um brinde aos que se foram e aos que recém chegaram! 

Um brinde à vida, à espiritualidade, à tolerância e ao amor!

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Ps: Esse texto foi originalmente publicado no meu face e tardiamente trazido para o blog, mantendo a data original de publicação tá? amo vocês (sei lá quem lê isso aqui, hahahha)

Ali pra fevereiro ou março desse ano, a Michele me apresentou um TED da Brene Brown. Mais especificamente, um video que a tornou famosa e eu, vendo aquilo tudo, entendi muito bem porque.
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Na verdade, não conseguia era entender como ela só se tornou famosa ali.
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(Na verdade entendi e entendo sim)
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Mas, o fato é que, ela tem uma pesquisa maravilhosa e faz praticamente um trabalho profundo e questões como a vergonha, coragem, a autenticidade e, onde mais me toca, a vulnerabilidade. Ela tem um trabalho muito poderoso e desde então, tenho devorado vídeos e mais vídeos dela e textos e sites pois estou tentando me auto-ajudar nesse desconstrução das minhas cascas e trabalhar o permitir-se:
. amar
. errar
. viver
. sorrir
. cair
. levantar
. arriscar
.ser feliz.
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eu vinha numa pegada já, desde o final do ano passado, de desconstruir essa coisa de ser fortaleza.
terapia, coaching, espiritualidade, tudo confrontando e se integrando pra eu compreender e ACEITAR que eu não sou uma fortaleza.
E que está tudo bem com isso.
Afinal, sou humana e não tem nada errado com isso.
Não serei menos por isso.
Enfim.... um trabalho que parece fácil mas, que não está sendo tanto assim.
Deixar as travas todas de uma vida inteira para permitir-se realmente amar e não só isso, permitir e deixar-se ser amada.... amiguinhos, que missão! :-D
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Brené tem essa trabalho maravilhoso e espero poder vir mais e escrever mais sobre o trabalho dela em si, sobre os despertares que tenho tido. Espero realmente que isso aconteça. Mas, eu precisava deixar isso aqui registrado.
Vou deixando esse link aqui nesse video dela (que tem captions em português, viu?)
The power of vulnerability | Brené Brown
Conviver em sociedade é um desafio. Trabalhar em grupo também. Fazer parte da massa é um exercício de humildade e se destacar dentro de todo esse contexto é não só um desafio como uma prova constante a testar seu ego, suas estruturas emocionais, sua sanidade. Sua auto-estima.
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Eu tô falando mais concretamente do que eu observo dentro da comunidade que faço parte, do Airbnb. Durante o último ano... Um ano precisamente... Durante esse ano eu fiz muitas coisas e as portas que me foram abertas lá, me levaram pra lugares não imaginados.
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Foi uma mesa de café da manhã com o Joe Gebbia. Foi fazer webinars live em inglês, foi dar palestras e aulas pra 100, 150 pessoas e fazer apresentaçãozinha humilde num evento tipo TED mas que consumiu um trabalho em grupo com estrangeiros, online, durante quase 3 meses, teve Los Angeles, teve Stuart....... Sem contar as atividades e eventos locais, as Olimpíadas, entrevistas. Teve escaladas, sessões de fotos diversas e uma rede de muuuitos anfitriões e hóspedes que passaram a fazer parte da minha vida de forma muito mais profunda que simplesmente "anfitriões" e "hóspedes". .
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Cara... foi um momento da minha vida.
Vivi pra entender que é possível eu fazer um monte de coisas.
Vivi essas possibilidades.
Portas de conceitos e ideias novas se abriram pra mim: colaborativos, criativos, econômicos, novos modelos de negócios, comunidades, pertencimento, startups... tudo muito junto a uma mudança de perspectivas e modo de ver o mundo pessoal e profissionalmente.

Me fortaleci. Me fortaleci muito.
Nesse ponto o mérito não é só do Airbnb mas, de todas as minhas ações e das pessoas que me circundam, que estão me dando apoio e suporte. Me fortaleci e hoje posso dizer que o que restou dessa comunidade, não é nem mais tão legal. Eu acho que pegamos a era de ouro, rsrs.... Vivi um momentinho de auge com o grande evento, a abertura de mercado, o fortalecimento da empresa deixando de ser startup e ganhando real visibilidade no Brasil. Vivi o melhor momento até agora, 2017.

E agora deu. Preciso de um tempo e de caminhar sozinha.
Me preparar pras coisas novas que estão chegando.
Nada de grupos, nada de comunidades, nada de tirar o foco daquilo que anseio, preciso e desejo.
Foco.
Atenção.
Ação.
É curioso que ainda assim esse blog não dê conta de registrar tudo que me acontece. Impressionante.
Mas, a gente continua tentando. Vamos nessa.


Como se faz para parar com assédio de homens casados e/ou comprometidos via inbox? como se faz para parar com assédio em geral? 

Eu vou esquivando com doses de humor e certa graça, mas sinceramente não ando a fim de ser grosseira com ninguém, mas parece que uma parcela dos colegas não se liga e preferem coice. 

ando tão de boa, cuidando da minha vida e das minhas coisas maaas tem um povo que insiste em achar que mulher sozinha e independente é mulher "infeliz" ou “necessitada”.

poderiam dialogar como adultos... só que não.

enfim.


Quem tá próximo de mim, sabem que engrenei nas loucuras do detox Whole30. Comentei nesse post aqui, também, de leve.
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A proposta dos caras é super radical: ficar 30 dias sem consumir absolutamente nada, nada, NADA de açúcar + farinhas (zero glúten) + derivados de leite (com ou sem lactose) + leguminosas (incluindo soja, grão de bico, lentilha, feijão) e nada que lembre guloseimas como panquecas, muffins e bolinhos. Os maiores enganos que eles permitem são salgados: macarrão de abobrinha, arroz de couve flor, hamburguer de vários tipos de carne moída com "pães" feitos com rodelas grossas de berinjela, batata doce ou shitake.
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Passei natal e Ano Novo nesse esquema, ou seja, não vi nem cor de rabanada.
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Foi assim que me vi prostrada na cama durante a primeira semana, sem ânimo de sair da cama simplesmente porque o corpo sofria a falta de açúcar (embutido em alimentos que eu nem imaginava), a falta de farinha e amidos vários.
E foi assim que decobri que os chocotones falavam comigo.
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Mas, depois silenciaram.
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Senti muito a desintoxicação.
Senti e briguei muito, mentalmente (e às vezes por escrito num grupo de whatsapp que eu fazia parte), com as regras. Em todo caso, fui muito amiga da minha proposição de manter a linha e o desafio....até o dia que cansei.
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E esse dia foi, não oficialmente, o 23o dia.
Eu tinha discutido com uma amiga desse grupo de zap. A postura dela era muito de demonizar os alimentos para sustentar as próprias opções e ao mesmo tempo se colocar em posição de "melhor que as outras pessoas" por estar fazendo escolhas saudáveis pra si. Ou seja... bem infantilóide mas, aquela conversa mexeu muito com a minha cabeça. Eu não queria ter que demonizar nada para poder ter as minhas proposições e escolhas.
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Afinal de contas, nesse mundo louco, eu posso fazer escolhas.
Tendo grana ou não, estou podendo ME PRIVAR de alimentos que eu ESCOLHO, não é?
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E eu não tenho o objetivo de me sentir melhor que ninguém pra eu me sentir melhor comigo mesma.
Não preciso disso.
Então, resolvi parar ali no 24o dia. Li diversos relatos de pessoas que simplesmente acharam as regras impossíveis, difíceis demais, desnecessárias, que tiravam o prazer de comer, etc etc etc. Minha escolha não se embasava em nada daquilo. E por isso tô aqui escrevendo.
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Eu posso dizer que nesse período, descobri muito sobre meus hábitos, gatilhos de compulsão (que eu nem sabia que existiam), sobre restos de comida (mães entenderão) e o quanto a gente come por comer, por não ter nada melhor pra fazer. Descobri como a comida funcionava como forma de procrastinar e de amenizar a minha ansiedade em momentos cruciais, onde eu precisava resolver coisas e mais... eu sabia disso. e foi exatamente pra quebrar essa parada que eu decidi encarar o desafio.
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Então, hoje, exatos 4 dias depois de parar com o Whole30, penso que vou retomar o programa. Eu devo voltar a tentar os 30 dias novamente mas, acho que não agora. O meu objetivo, nesse momento é fazer com que as escolhas que passei a fazer nesse período, sejam a minha escolha padrão: fazer arroz de couve flor ao invés de arroz normal, por exemplo. De ter frutas secas, frescas e castanhas em casa ao invés de jujubas, bolos e biscoitos. Estender vários desses hábitos pros meus filhos que, não ficam proibidos de nada disso na rua ou nenhum lugar mas, que a alimentação base deles venha naturalmente, sem forçar a barra, de outra forma.
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Nesses 4 dias, eu enfiei o pé na jaca. Não fiz a reintrodução alimentar e acabei passando mais mal comendo "coisas normais" do que eu estava passando sem elas. Então, vou voltar de leve e ir vendo o que acontece.
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Vou comprar o meu livro e criar minhas receitas, dedicar um tempo desse comigo mas, sem exagerar.
Sem me privar de momentos bons com pessoas queridas.
Comida não deve ser engano mas, também não deve ser sofrimento.
Nada deve ser engano, nada deve ser sofrimento.
Se há algum desses ingredientes no dia da gente, o melhor a fazer é mudar de direção.
Curti ter um livro de receitas, ir atrás de ingredientes, temperos, cortar e preparar as coisas com antecedência, sabe?
Porque tem isso: a gente acaba arrumando a nossa própria comida, do começo ao fim e acaba dedicando algo de "arte" à preparação dos pratos e depois tem vontade de "expor" por aí. Quando a gente vê, nosso instagram fica lotado de #instafood...
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é isso. seguimos.

Bom, eis que chegou o final do ano.
Nem registrei aqui mas, tô fazendo uma dieta, um detox, uma reeducação alimentar.
Algo que beira o radicalismo mas, enfim, um dia de cada vez.
E me bateu uma vontade no final do ano de ficar quietinha mesmo, bem quieta e deixar as coisas acontecerem. E foi o que eu fiz, basicamente. Deixei acalmar. Resolvi ficar na minha.
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Kids de férias. Eu nas férias forçadas.
Entreguei o filme, finalizada a missão, a saga.
Agora, só resta deixar mesmo o ano passar.
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2016 foi um ano de muito crescimento, muitas descobertas, muita entrega.


Me reconheço hoje como nunca o fiz antes.
Dei um salto quântico interno rumo à auto-descoberta, auto-aceitação e finalmente posso afirmar que saio desse ano muito melhor do que entrei. Chega a hora de sair pro mundo, de expandir, de articular.
Não carrego mais culpa.
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Compreendo e sou capaz de visualizar e assumir minhas responsabilidades.
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A procrastinação não me escraviza mais.
Nem o cansaço da quádrupla jornada.
Nem as notícias desalentadoras que o mundo produz em cada segundo...
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Não tem dificuldade que me barre, sou resistente, sou resiliente, persisto.
Sou consciente que as maiores barreiras são impostas pelo meu ego e pelo meu cérebro.
Não tem abandono ou indiferença que me afete, sou a melhor companhia a mim mesma e meus filhotes, companheiros de jornada.
Não tem injustiça que me mantenha indiferente: não me calo, não passarão.
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Tudo que quero é
O AMOR,
A TOLERÂNCIA,
O RESPEITO
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Pratico. Semeio.
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Eu sou capaz de alcançar meus sonhos.
A vida me presenteia de bençãos tutti i santi giorni e faço minha parte pra ter energia pra chegar lá.
Prometo que paro de reclamar e que combaterei a ansiedade :-)
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A felicidade reside no processo, no caminho, não é?
Cabe a nós ajustar as lentes com as quais vamos examinar o mundo para trabalhar com as ferramentas que nos estão dispostas em cada fase.

O êxtase sim, está no destino final.
Mas ainda não cheguei lá, então...
Pra 2017, estarei atenta:

#CarpeDiem
#Serendipity
#FearIsALiar
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Lá em Los Angeles, também, escrevi muitas cartas.
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Uma delas foi pro pai dos meninos, com quem ainda tenho essa relação ultra conturbada, principalmente porque ele não me perdoa de jeito nenhum por ter pedido a separação. A nossa relação ficou muito ruim e parece que o tempo separado quer apagar todas as coisas maneiras que rolaram nos nove anos que tivemos juntos.
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Eu compreendo que ter tomado a decisão e também ter feito isso de maneira tão incisiva e sem volta atrás, seguramente deixaria qualquer um chocado, magoado e tal. Mas, ele se envolveu tão intimamente com essa dor que hoje a mágoa e a raiva por mim, parece ser o que o mantem vivo. Não tem texto, não tem frase, não tem diálogo onde ele não queira e não tente me deslegitimar, me jogar a dor que ele sente pra cima de mim.
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Então o que eu pude fazer, pra ver se bloqueio mesmo essa onda e neutralizar um pouco melhor a passagem de tudo isso pelas crianças, eu fui pra Los Angeles incubida da missão de escrever uma carta pra ele.
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Escrevi uma carta que não mandei.
E não sei se vou mandar.
Mas, eu tive vontade imensa de publicar aqui nesse diário.
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Eu vou pensar ainda a respeito mas, por hora, vou juntar essa carta à outra que escrevi a mim mesma.
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Ou vão me dizer que não se lembram que tenho o hábito de escrever cartas pra mim?
hahahahah
Então, as cartas que escrevo pra mim desde 98 continuam na saga.
Olha, vai dar 20 anos de carta pra si mesma. Que genial!
Que genial registro de mim mesma, eu não perco a minha linha de evolução.
E admito que pra uma pessoa ansiosa como eu, fazer algo assim, é realmente genial.
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Então, ainda teve uma outra carta que escrevi com tudo que eu descobri sobre mim mesma e sobre a vida e de objetivos que tenho pros próximos anos. Uma carta lembrete pq pude, novamente, visualizar uma parte de mim que fica escondida quando tô envolvida nos perrengues da vida.
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E cara, é muito bom quando a gente contata a gente mesmo.
É muito bom quando a gente contata aquele cantinho da nossa alma que nos confere identidade, nos faz sentir em casa, nos faz rir espontaneamente, nos faz ter vontade de abraçar o mundo e nos permite nos sentirmos fortes. Fortes porque estamos tranquilos. Fortes porque não estamos fazendo força alguma.
É muito bom quando a gente pode e tem o privilégio de ter contato com essa parte da nossa alma, da nossa existência.
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E é muito importante a gente não perder o registro e a referência de quem a gente REALMENTE É e do que a gente REALMENTE PODE FAZER e tanto quando é importante a gente REALMENTE se lembrar e manter em foco, TODOS OS NOSSOS SONHOS E DESEJOS, por mais impossíveis que eles possam parecer.
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Então, eu anotei tudo tudinho e escrevi ainda uma outra carta pra mim.
Pra eu não esquecer.
E pra eu não temer, porque eu aprendi que eu não preciso do medo.

EU NÃO PRECISO DO MEDO PRA EXATAMENTE NADA.
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E assim seguimos.
Parece que o ano vem terminando, seguindo numa outra contagem do tempo.
E eu gosto da forma como está terminando.
Eu me sinto calma.
Tranquila pra fazer coisas que nunca fiz antes.
Estou caminhando por lugares não explorados.
E aí reside a graça da vida...
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No caminho, na jornada.


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