As duas últimas semanas foram de correria louca e insana.
Eu praticamente não consegui fazer nada além de dar conta das demandas diárias.
A sensação mais curiosa é que sinto que não deixei de fazer nada do que eu tinha que fazer.
E ainda tive alguns bons momentos de diversão e troca com amigas e amigos.

Depois de um período bem trevas, de outubro a março desse ano ou seja, praticamente seis meses, eu posso dizer que estou conseguindo visualizar luzes ao fim do túnel. Agosto vai ser o mês da virada.
Acho que vem um periodo meio chato ainda, nem tudo é perfeito mas, sinto que as coisas vão pro lugar.

Ainda me sinto estranha com a possibilidade de ter de contratar alguem pra trabalhar em casa.
Agora que me vi capaz de estar com os meninos, limpar, trabalhar, etc e tal, parece que a rotina me condicionou apenas a isso. Voltar a ter uma pessoa ajudando e ter tempo livre pra mim, no fundo, é algo que me assusta.

Mas, também me assusta o que meu corpo está se transformando por conta do sedentarismo e da falta que a produção de endorfina faz no meu corpo. Vou levando as coisas como num ritmo de, um dia de cada vez. Acho que o caminho é mais por aí. Então, essa parte do corpo e do peso, gente... eu vou me perdoar só por hoje (e amanhã, só por hoje também) até que eu possa focar energias nisso.

Por hora, tenho que tentar fazer essa transição, pagando as contas e tentando contruir algo concreto para mim e para os meninos. Buscar um trabalho consistente, buscar um reconhecimento, investir na minha formação e em retirar pendências da minha vida. Daí pra frente, quem sabe novos caminhos se abram e as coisas fluam melhor.

Sobre relacionamentos, eu já sei que o que é meu está guardado então, a questão é passar pela vida da forma mais leve possível. Exercitar o "não-medo" exatamente como foi um periodo ali atrás.

Carpe diem.
All the time.
Eu não gosto quando meu alter ego polemiza na web.
Mas eu, Miss Liquid, não tenho um perfil ativo no facebook, ou no twitter... AINDA, hahaha.
Então, a minha alter, às vezes acorda inspirada e sai postando coisas por aí, polemizando....
Polemizando? Não... ok, a bichinha sai opinando mesmo. Saindo do armário e expondo sua opinião.

Então, o último episódio é sobre a linda Maju.
A tal moça do tempo que estreou no jornal nacional e acabou sendo massacrada de todos os lados: de mensagens racistas (feitas por fakes) a mensagens de amor, passando por mensagens de apoio porém racistas igual..... enfim...

Daí que em meio aos debates, entram as reflexões:

1. Mesmo se a Maju fosse feia, isso não justificaria racismo. Mesmo se ela fosse burra, não justificaria racismo. Se ela fosse o que ela fosse, NADA justifica racismo em 2015 e as pessoas precisam compreender e aceitar isso uma hora ou outra. É uma realidade.

2. Posso compreender e aceitar que, para muitos, seja difícil não ser racista, visto que nascemos e somos criados numa sociedade que FORMA pessoas para serem racistas. Onde as pessoas estudam e lêem pouco e onde a REPRESENTATIVIDADE ainda é colocada de forma confusa e também racista e machista muitas e muitas vezes. Onde as pessoas são calcadas no racismo entranhado na educação, na cultura, na arte...

3. Posso compreender (mas, não aceito) o fato de que as pessoas rejeitem e se incomodem tanto com o lance do "politicamente correto" ou com a falta de liberdade de fazerem piadas ou de falarem qualquer coisa sem soar racista ou machista ou trans/homo/gordo-fóbico.... até porque, pelo exposto no segundo ponto, praticamente tudo na nossa sociedade nos leva a ter condutas assim em algum momento.

É difícil aceitar mas, aos poucos as pessoas (algumas, rsrsrs) vão se dando conta.
Falo de negros que acordam pra realidade.
Falo de brancos que precisam assumir suas posições privilegiadas em vários aspectos.
E para ambos, sejam ricos ou pobres, não importa...

Me lembraram do episódio onde o Neymar se declarou como "não negro" após o evento e polêmicas ocorrido com o colega dele (de mesmo tom de pele) com a banana.

É triste para ele mesmo, Neymar Jr, porque esse rapaz não pode sequer se auto-afirmar como branco.
Então, se ele não é um e não é outro, o que ele é, não é?
Miscigenação. Bonita palavra que na prática não é tão bonita assim.
Roubaram a identidade dele também.

E isso envolve ainda a questão de "leitura" do outro, que muita gente faz e tantas outras vezes a gente sequer percebe.

Eu mesma, que depois de anos (quando a ficha caiu e me assumi negra... eu era meio neymar de pensamento antes, sabe... e pasmem, me assumi negra hehehe), fui entender quantos episódios de racismo tive na vida... escrachados ou não. A vida só seguiu mais fácil a partir de então....

E o que mais ouço entre os brancos (em geral estarrecidos ou assustados ou sei lá o que com as minhas conclusões) é: mas, vc não é negra porque nem tem a pele tão escura... "vc é morena"... ou "vc é mulata"....

hehehe eu rio mas, não é engraçado.
quando compreendemos a questão mais a fundo, vemos o quão racista são as construções que temos... racistas podem ser, inclusive, os esforços de não parecermos racistas... é complexo... e serve para outro post.
Eu detestava ter o meu cabelo.
Ele ia sempre preso. 
Isso porque se ficasse solto, falavam "pixaim" ou me chamavam de Elba Ramalho ou Gal ("o cabelo dela fica igual ao da Elba né?" seguido de um sorriso amarelo)... Enfim, sempre tinha alguém pra falar alguma coisa. E na verdade, até antes de EUZINHA me incomodar com MEU cabelo, alguém se incomodava por mim. A hora de "desembarassar" era um pesadelo. Terminava o banho e lá vinha minha mãe com a escova, o pente e o Neutrox ou o Yamasterol. 

Esperança mesmo só quando enrolava o bobs ou fazia uma touca no cabelo (que dormia atochado de creme e dentro de um lenço enrolado na cabeça) e o cabelo amanhecia com volume menor e mais domável. Mas, no meio do dia já tava "armado" de novo...

Eu tinha uma tia, a Zélia, uma mulher negra retinta, sambista (que só hoje entendo o significado disso) e que vivia querendo fazer uns penteados "diferentes" no meu cabelo. Sabe... umas tranças, uns coques... e eu chorava, raramente deixava… aquilo me dava vergonha... normalmente, eu não deixava não. Pensava em mim, chegando na escola e chamando a atenção. Queria só paz e que ninguém ficasse comentando nada sobre o meu cabelo ruim.

O que eu queria mesmo ter o cabelo da Jéssica minha vizinha, que era liso e escorrido até a cintura e os meninos gostavam dela. Eu tava sempre brincando, não ligava muito para isso mas... no fundo, aquilo me incomodava, me dava inveja. Por que eles gostavam dela? Por que eu não chamava a atenção assim? Eu concluía então que era porque ela era linda e eu era feia. Porque o cabelo liso dela era lindo e o meu, era feio. Eu chegava ao cúmulo de comparar o meu ao de outras meninas negras e dar graças a Deus que não era tão "duro" quanto o delas. 

Acredito que foi assim que essa auto-imagem começou a ser (des)(cons)truída.

Por que meu cabelo era ruim? 
Porque provavelmente eu era ruim também.

Eu não sabia nada de genética, mas na minha cabecinha de criança comecei a perceber que de uma cabeça como a minha só brotava algo ruim.

Demorei anos e muitos anos ainda para entender ser possível ser bonita com meus cachos, com os meus cabelos do jeito que eram. Infelizmente, essa foi uma descoberta solitária. Não, infelizmente, não tenho uma família de gente esclarecida e empoderada não... na minha família rola um machismo insano, brotam uns reaças por lá, racistas (negros, pardos e brancos) muitas e muitas vezes. Óbvio que tem o pessoal de bem, são todos trabalhadores já que são toooodos classe média baixa. Não culpo ninguém não, ok? Mas, tenho certeza de que o meio influencia a forma de nos vermos e encararmos o mundo. INFLUENCIA, mas ainda bem, não DETERMINA. 

Chegar ao ponto de ter consciência disso é algo que eu atribuo somente a mim e a mais ninguém. 

Enfim, não dei a sorte grande de estar rodeada dessas referências pra frentex, isso era anos 80 (comeco dos 90), cresci nesse período de Brasil saindo da ditadura militar e, na minha casa, a gente contava os dias pro momento em que poderíamos alisar o cabelo com alisabel. E, sim, é um fato que alisaram o meu cabelo por uns 4 anos... Não sem antes, claro, cortarem as nossas longas madeixas encaracoladas a praticamente zero..... De Gal a Sinead O'Connor. Aos 11 anos. Assim que cresceram, tascaram Alisabel. O mal do cabelo ruim não poderia reinar, hahahaha. E foram semanas e semanas alisando e enrolando bobs, queimando a cabeça naqueles secadores de cabelo de astronauta em salões cheios de tias brancas conservadoras que aplaudiam a tortura adolescente.

Talvez ali se consolidasse a destruição da minha auto-imagem: quando me fizeram acreditar que deixar o cabelo liso, me tornaria mais branca, mais imperceptível na sociedade racista, mais aceitável pelos colegas do sexo oposto... me modificar daquela forma me tornaria algo que eu não era, mas que era tragável pela sociedade...

Eu pedi para parar quando um centímetro de cabelo da parte da frente se dissolveu, fiquei careca naquele parte da cabeça e foi horrível o período de crescimento.

Aos 16 é que tive meu primeiro insight de que poderia deixar meu cabelo ser quem ele era. 
Foi um período difícil até tudo crescer e eu tirar as pontas alisadas. 
E só aí, eu me olhava no espelho melhor. 
Podia tomar chuva sem pensar que morreria por perder a escova e o alisamento!!!

Quando entrei para faculdade, a única crítica que recebia era por entuchar os cabelos de creme de pentear. Naquela época, lançaram um produto chamado Seda Hidraloe que veio para salvar a minha vida. Muito melhor que o Yamasterol, a meu ver. Mas demorei tempos e tempos para perceber que meu cabelo caia muito com aquele creme.

Os amigos gays me ajudaram muito, me incentivando a usar os cachos soltos, mas eu continuava entuchando Hidraloe e pensando que diminuir o volume era a solução. Mas, tava lá, resistente, usando cachinhos da forma que era possível usar. Uma grande amiga me chama de Cachinhos, como apelido, até hoje.

O importante é que nunca mais usei química no cabelo. Nem pintura, sabe?
E o mais importante é que há bastante tempo, desapeguei de vez dessa coisa de tentar agradar com o cabelo. E o primordial é me sentir tão à vontade de orgulhosa de ter as madeixas que tenho e dedicar uma parte do meu dia e da minha semana a cuidar deles, fazendo um cronograma capilar. Hidratando, umectando, restaurando, nutrindo... 

Meus filhos nasceram de cabelo liso. 
Eles não passarão pelo que eu passei ou passo. Por serem homens e por terem os cabelos lisos.

Mas, para todos os que estão ao meu redor a minha palavra é de empoderamento, de encorajamento.

Cuidem dos seus cabelos, das suas identidades, dos seus corações e dos seus cérebros. Vivemos num país miscigenado onde há espaço para todos ainda que para isso seja necessário lutar, resistir. Mantenham suas características, valorizem-se. Estejam, sejam, batam o pé, não esmoreçam.

Eu agradeço demais a quem tá do meu lado nisso, às amigas e amigos que ainda abrem os meus olhos recém-acordados e que me empoderam para ser autêntica, sempre. E digo, apesar de ser difícil apagar as marcas das experiências… com o tempo vou percebendo ser isso que nos faz úteis nessa vida: servir de exemplo, espalhar o exemplo, observar e empoderar...

As imagens vieram daqui e daqui 







Acredite ou não, para mim já foi tão difícil dizer isso de mim mesma. 
Foram muitos anos para re-trabalhar a minha mente e o meu olhar de forma a fazê-los enxergar por cima das (im)pressões sociais, morais e culturais impostas e encravadas na minha educação, crença e personalidade.
*
Foi preciso muita intervenção humana, muita intervenção divina, muitas (não)coincidências e provas dos 9 que foram tiradas quase que diariamente para me provar científica e matemática e dialeticamente que eu sou BONITA.
*

E aqui estou. Graças a Deus. 
Graças a uma nova lente que me permite ver as coisas de forma branda e positiva. 
Graças a uma retomada de consciência que me permite acreditar nisso. 
*
Acredite você ou não.
Hoje, se você me perguntar quem sou eu, minha resposta será bem clara:
Sou alguém em (re)construção.

Observo a minha história e vejo quantas tentativas eu fiz de tentar acertar.
De tentar me reenquadrar.
De tentar caber.
De tentar me comportar (no sentido de ser comportada mesmo, como expliquei aqui em Quase um balanço).

Eu, com esse ego gigante que não cabe no ap que moro e que fico desinflando toda vez que quer sair... Hoje estou me reconstruindo. Considerando inclusive deixar meu ego educado circular livremente :-)

Sou uma pessoa em franca busca da própria auto-estima que ficou pulverizada na falta de tantas coisas e pelo excesso de outras... Pela falta de acesso à cultura genuína como forma de empoderamento, pois nasci e cresci dentro de uma família onde trabalhar e se sacrificar para ter uma vida razoável e atender os padrões de família de classe média baixa era a meta primordial.... Pela falta de representatividade negra, positiva e constante na minha infância e adolescência e certamente pela fartura da TV e seus Xous da Xuxa, Revistas Capricho e Novas/Cosmopolitan (revistas da mulher insegura) que tanto marcaram a construção do ideário e auto-imagem que eu deveria ter de mim mesma ao anteciparem uma estranha necessidade de eu caber em outro corpo, ter outro cabelo e enfim, ser outra pessoa.

Enfim, nesse momento, estou refletindo muito sobre onde chegamos como seres humanos, como humanidade mesmo. Estou buscando informação, estudando e buscando (ainda bem, encontrando) espelhos e redesenhando minhas perspectivas e possibilidades. Aliás, o infinito é bom por isso: as possibilidades não se esgotam nunca!

Sou autêntica e isso é uma certeza que independe do meu juizo de valor sobre mim mesma.
Isso é um alívio.
Sou essa pessoa em busca de se livrar de grilhões invisíveis nos quais eu mesma acabei de atracando mas, dos quais não sou absolutamente culpada: não sou vítima mas, não tenho a responsabilidade e nem a culpa de esses grilhões e correntes existirem.

Sou alguém que tem plena consciência que ter consciência e informação é o primeiro passo para se dar ao fortalecimento. Sou alguém que não tem medo de enfrentar os medos mas, que tem medo sim de perder estribeiras e que sonha em ter um colinho pra se refugiar...

Aos poucos, vou aprendendo que esse colo é o meu mesmo.
Que eu sou minha mãe e meu pai e que eu devo me acolher e me abraçar e me amar o tempo todo...
E que esse é o aprendizado da independência, da INTERdependência.
E que essa é uma das minhas missões como mãe: encaminhar meus meninos para serem seus próprios pais e mães, com todo o amor do mundo por eles mesmos, em primeiro lugar.

Eu sou esse ser que tenta reconstruir os referenciais próprios.
Sou alguém que tenta ajeitar um pouco o terreno pra modo de tentar relaxar.
Sou alguém que busca relva verde pra deitar, sol pra se esticar, rede pra deitar e relaxar.

Sou a medrosa que esse ano aprendeu a nadar e a dirigir.
Que tinha vergonha de ser feliz mas, que aprendeu a reconhecer a beleza das horas difíceis.
Que deu aula pela primeira vez e amou ensinar.
Que se viu negra e se viu mulher com beleza real há tão pouco tempo mas que mesmo que a dúvida faça frente e forte resistência, tem a certeza de que a intolerância interna vai deixar de existir pra dar lugar a alguém livre.

Se você me perguntar hoje quem eu sou...
Eu te diria que eu SOU EU MESMA, que TENHO ORGULHO de mim e que APESAR DOS APESARES eu estou tranquila dentro da pele que habito. E que não há mais espaço pra eu querer ser outra pessoa, ser outra coisa... que estou tranquila aqui dentro.

Eu diria que estou pronta.
Não procrastino mais ser feliz.

As imagens deste post vem daqui e daqui.
Dois feedbacks que recebi sobre este blog nos últimos dias me fizeram pensar.

1. "Ele é muito forte. Talvez seja melhor deixar ele quieto ali, como sempre foi."
2. "Fiquei com vontade de matar o seu ex-marido. Estou impactado."

Eu mesma não tenho (ou não tinha) tanta noção do quanto as coisas que escrevo aqui são fortes.
São mesmo?
Sei lá.

De qualquer forma, é importante ter esse feedback. Me ajuda a construir o espaço de exposição de mim mesma. Ajuda a dar limites e formas. As coisas sobre as quais escrevo aqui, escrevo porque me sinto a vontade para expor e de alguma forma, tenho vontade e me sinto pronta para expor.

Sei que sou densa.
Mas, talvez ser densa aqui, me ajude a dar leveza nas outras áreas que tenho a desenvolver, né? Não vou ali na rede social, simplesmente, porque não tenho vontade de fazer a exposição apenas limitada do que penso. Prefiro e opto por explicar e dar mesmo embasamento e histórico do que escrevo...Aliás, já estou exposta à possibilidade de julgamento... imaginem em 140 caracteres?


Aqui, como já disse, posso ser longa, escrever a vontade. Só posso pensar que se alguém tiver tempo, que leia. E se não tiver, não leia e que fique ali na rapidez do Twitter ou que se afogue no feed do facebook mesmo e tá valendo! :-P

O que sim, posso dizer é que não tenho muita vontade de mostrar a cara, hahahaha

Até que, para protocolo e para manter a coerência do layout do blog que montei, acabei preparando um perfil de cada uma das redes: instagram, google+, facebook page (que está "unpublished") mas, a vontade de me expor como uma escritora que-alguém-pode-chegar-a-seguir, ainda não é algo que me motiva.

Já sou polêmica na vida e sofro (sofro mesmo) as consequências de ser como sou, mesmo não sendo uma pessoa má ou corrupta ou de caráter duvidoso... muita gente já reclama da minha densidade, da profundidade e em alguns momentos me penalizam por isso...

Imagina se o mesmo acontecer com o meu diário gente? hahaha dá não!
Aí fico sem espaço.

Vou continuar escrevendo aqui sobre as coisas que tenho vontade de escrever e vamos ver no que dá.

Imagens retiradas daquiaqui.

eis que acordo hoje, 5AM, cheia de ideia na cabeça e com uma paz esquisita no coração.
acordei, meditei, agradeci...

eu entrei no meu instagram e fui dar uma olhada nas fotos. por ali descubro um paquerinha mentiroso... mais um desses com namorada que se fazem de sonso e continuam te cercando, sabe como é? não tive dúvidas em bloquear o rapaz em todas as vias possíveis porque ele não tem a mínimo mínimo merecimento da minha amizade, seja em que rede social for. pobre garota a que está com ele mas, sei que ela logo se dá conta do que tem ao lado.

infelizmente, segui na pegada e isso me motivou a conversar com uma pessoa que adoro e estimo muito e com quem poderia certamente haver algum entrosamento maior... ontem já haviamos falado sobre conversar em algum momento e ele me escreveu na mesma hora em que eu estava na minha onda ceifadora do rapaz supracitado e enfim... lá foi emoção pelos cornos.

já tem um tempo que estamos nos conhecendo mas, a relação é muito mais de "touch" de vez em quando... ele trabalha do outro lado do planeta... as vezes o contato é tão de vez em quando que a mensagem dele pra mim fica confusa, confusa... pode ser que eu tenha feito besteira mas, disse a ele como me sentia com relação a essa relação que estamos tendo. tão distante e solta e que enfim... só reforçam os sentimentos de solidão e abandono. (coisas que pretendo desenvolver melhor quando soltar o post sobre a solidão da mulher negra.)

a última vez que nos vimos, eu falei a ele sobre construir a casa pelo telhado.... de começar a relação com valores invertidos. o que eu não devo ter dito é que apesar de muito modernete e mega cabeça aberta, eu tenho essa característica meio conservadora. adoraria começar a casa pelo fundamento, pela fundação, pela parte profunda da relação: pela amizade e pela convivência... e isso é algo que não estamos tendo.

vejo muita gente começando as relações de forma confusa...
porque o cara arruma uma namorada e continua paquerando outra? não só paquerando como flertando e fazendo promessas?  porque entrar numa relação dessa forma?
eu não consigo namorar ninguém ainda, imagino eu, porque não consigo firmar esse compromisso com ninguém. já me peguei fugindo de situações e de pessoas que poderiam me levar a uma situação de paixão aguda ou de namoro, hahahahah fugir não é caminho mas, é uma forma de auto-proteção. pode ser que eu esteja fazendo isso com o rapaz "do outro lado do planeta" mas, agora, não tenho mesmo como fazer diferente.

também dizem que quem quer estar na nossa vida, de verdade, sempre acaba dando um jeito de estar.
vamos ver o que o tempo vai dizer.

nesse momento, o único que preciso é me PRESERVAR.
pra poder ter outras ações diretas mais objetivas:
CUIDAR E ZELAR pelos meus MENINOS.
FOCAR.
TRABALHAR.
VIVER.
SER FELIZ
(ser feliz sozinho, né? hahahaha)


Foto encontrada em fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net (pinterest)
Hoje, eu vou começar falando de ontem.
Mais um dia em que acordei cheia de coisa na cabeça. Resumo: já acordei confusa.

é muito sentimento junto para lidar, Brasél, sél, sél... E é muita coisa pra fazer. tudo ao mesmo tempo. ok, ok... o melhor é começar do começo e o melhor ainda é fazer uma coisa, depois a outra... tipo andar: um passo, depois o outro... pra não tropeçar.

a primeira medida foi dar uma ligadinha pra terapeuta, confirmo a consulta pra próxima quarta (passa tempo, passa tempo). conversei com ela pelo whatsapp e até tirei uma foto da minha cara de chororô, que estava sensacional... mas, não tenho vontade nem coragem de me expor tanto aqui assim ainda. já basta a fotenha aqui embaixo assinando o post e aqui do lado na home do blog... ai ai...

eis que a babá que viria amanhã não virá mais. recebo ligações do trabalho, tipo cobradoras e até questionadoras sobre meu posicionamento, escolha e postura... era pra ser a parceria perfeita mas, tinha que entrar elementos confusos e a coisa ficar no mode chato. aaaargh que raiva... cada vez que penso na trajetória dessa parceria me dá tristeza porque era pra ser bacana. Bom não dá pra desenvolver esse tema, amigo leitor... já sei que vc não sabe do que tô falando, afinal, não falei nada sobre isso aqui ainda... bem, em resumo, na vida temos que aprender a ser fOfOs, levar, relevar, não ver tom nas mensagens escritas e ligar. enfim....

o dia foi acontecendo, dei uma melhorada, precisava, né? tinha curso com gente importante pra fazer. fui. tem que ter atitude. foi bom, abrir a mente, conectar com gente interessada, mesmos objetivos, trocar com gente que conheço ou seja, rever pessoas. conhecer gente nova e descobrir interesses comuns. peguei uma carona de volta com gente maneira e com uma pessoa que eu já conhecia mas nunca tinha conversado.

volto em casa e a pessoa que cuidou dos meninos não moveu uma palha na casa, não limpou nada, não ajudou nada e ganhou o mesmo dinheiro....ok, ela ficou com os meninos... mas, gente... ó pai ó!!!!! ganhar o dinheiro fácil tá fácil pra muita gente. preciso descobrir como.

eu fui dormir junto com os meus pequenos ontem. ficamos assistindo desenho até tarde. e foi muito bom. um deles estendeu o edredom no chão e dormiu ali... hahahah o outro, que adora se vangloriar de poder ficar acordado até 1am, ficou comigo até o fim... fiz bastante cócegas nele, dei bastante apertão e beijo e abraço, acedi a velinha e acabei ficando cansada junto.

botei meu moletom de pijama e fui dormir com eles.
eu ando cansada de gente mentirosa. gente pequena. gente mesquinha.
os meus meninos me dão referência do que é AMOR de verdade todos os dias.

eu já disse alguma vez por aí, que descobri que o meu EX (pai deles) não me amava, no dia em que percebi com que olhos o meu primeiro filho me olhava. foi um olhar tão estranho a mim mas, que me deu a "bula", a "receita", a "explicação, "a tradução do que é o amor. admiração. confiança.

e tem coisas que a gente vive sem.
mas, tem coisas que a gente não pode mais ignorar a partir do momento em que se sabe.
e saber daquilo fez toda a diferença pra mim.

eu tive um pesadelo na noite retrasada.
sonhei que estava com alguém, provavelmente casada ou namorando e que estávamos de carro a família toda. batíamos o carro e nos feríamos. eu escutava meu pequeno mais velho dizer: "ai meu joelho..." mas, o segundo ficava imóvel e meu cérebro fofo trocou tudo para catchup quando olhei pra trás.... foi uma das visões e das ideias mais horríveis que passaram pelas minhas visões de sonhos desde que tenho memória. e eu não sei o que o sonho significa mas, já tratarei de saber.

o que eu sei também e tenho aprendido a cada dia, com mais e mais confirmação é que, amor verdadeiro é o deles e de Deus. eu não tenho como esperar mais nada de mais ninguém. eu só posso me proteger.

eu não sou só uma pessoa inteligente demais. eu não sou só uma pessoa de luz. eu não sou objeto sexual. eu não sou objeto de desejo. eu não sou só uma pessoa competente. eu não sou só uma pessoa complicada porque que pensa demais.

eu sou tantas coisas bacanas e contraditórias e tenho a minha beleza nisso.
eu sou mãe e só quero a paz pra ajudar esses meninos crescerem.
eu sou trabalhadora e só quero encontrar o quebra-cabeça da rotina pra fazer isso acontecer, ganhar meu dinheiro e estar presente pra formar esses dois homens maneiros.
eu sou uma mulher massa, interessada, bem humorada, engraçada, inteligente, boa de cama (hahah) mas, que não tem mais espaço pra gente mais complicada do que eu.

eu sou autêntica.
eu não sou por referência.
eu me invento dentro da minha existência porque sei ser original.
eu não preciso de mentiras.
eu não preciso de indagações.
eu sou forte.
eu aguento esse tranco também.


(imagem: encontrada em macatrose.tumblr.com)
Eu cheguei em casa hoje, num estado de espírito muito confuso.
Tive um dia corrido e cheio, como todos os outros.
Recheado de conversas, encontros, reflexões.
Meus pensamentos andam de um lado para outro imaginando como resolver situações futuras, prevendo e antevendo questões, soluções para eventuais consequências das coisas que estão acontecendo agora. Tudo isso ao mesmo tempo em que meu corpo não pára.
Levantei atrasada para ir nadar e levar as crianças para as aulinhas deles também.

Na natação, aquela coisa... Eu preciso aprender a flutuar. E pensar em nadar me faz lembrar que preciso tirar a carteira. São duas linhas de chegada que preciso cruzar. Flutuar, saltar na água, adquirir a leveza para estar na água... Perder o nervosismo na direção, ir fazer a prova e passar. Porque já sei dirigir. enfim, pensei na direção enquanto praticava natação. pensei em flutuar enquanto nadava 50m de costas e outros 50m de crawl. pensei que preciso comprar óculos, pra mim e pras crianças mas, tá tudo tão caro. aí, logo pensei que o caro é sempre ponto de vista. que se eu tivesse salário fixo, não seria caro... Acharia um preço sensato e compraria.

Depois disso, com as crianças em casa, comecei as rotinas de trabalho, envio de materiais, emails, listas. Fazer café da manhã, organizar uniforme. Responder mensagens de whatsapp, facebook, imessage, emails. Opinar no post de alguém sobre algo que considero pertinente. Até um texto pra esse blog eu escrevi, aqui. Agendar um motoboy pra levar material de um lado pra outro, fazer checklist de situações do trabalho. Agendar pagamento de parceiros de trabalho. Olhar o saldo da conta bancária ficando vermelho. Lembrar do depósito que precisavar fazer pra ajudar uma amiga que precisava de um sofá cama. Do pagamento do aluguel da mãe. De que tem hora marcada na finalizadora de imagem do filme daqui a pouco. E lembrar que é preciso fazer almoço pras crianças.

Lembrar que o mais velho precisa fazer lição de casa antes de ir jogar videogame (sai, dai, menino!) enquanto a mente abre um buraco para o pensamento de que ele precisava passar no fono mas, sabe, não tem plano de saúde... Aí, o buraco avança porque já lembro do plano odontológico que ficou parado porque falta um carimbo e já lembra do contador (coitado, que deve começar uma greve já já) e que precisa receber e que me mandou um documento pra assinar 3 vezes nos ultimos 4 meses e nada de eu conseguir assinar e mandar...

Enquanto vou praticando as coisas citadas acima (almoço, trabalho, roupa, banho, ajeita, limpa...) eu me lembro que precisava de uma babá amanhã, porque um amigo chamou pra sair (e eu precisava espairecer a cabeça) e na quinta feriado encontrar um abrigo pra eles enquanto corro pra um curso gratis bacana que me matricularam lá na barra da tijuca. Mas, lembro da conta ficando vermelha e das necessidades pessoais de cada pessoa que poderia ficar com os meninos... Vou imaginando o curso indo por agua abaixo, o encontro também e vou me resignando ao fato de que é preciso viver o momento e que se não é pra ser, não é pra ser. A cabeça vai dando voltas.

Converso com um amigo querido, com quem tenho feito parcerias pequenas de trabalho. Amigo paciente, me pergunta se está tudo bem... e quando respondo que sim ele ouve a ENTRELINHA e me pega na mentira. Ele escuta, me ouve, me aconselha, me põe pra cima. "Keila ou não Keila, as coisas vão melhorar", ele me diz...

Como eu disse, em meio a tudo isso, trabalho, arrumo a casa, varro o chão, desisto de lavar a louça, tomo um banho, arrumo as crianças (que já vieram meio prontas da natação). Levo todo mundo pra escola dando graças a Deus que lá vai ter almoço 15 minutos depois de entrarem (afinal não deu tempo de eu preparar, assar e servir) mas, me lembro que eu mesma.... Tô morrendo de fome /O\

Enquanto os meninos entram na escola, estou pensando no almoço. Olho pra eles na fila de entrada e são tão pequenos, tão bonitos e tão inocentes... Mas, aro o pensamento pra realidade paralela de que tô atrasada pro trabalho e tem um pessoal da equipe que não consegue receber um simples arquivo anexado num email... Penso em parar em algum lugar pra comer mas, anda tudo tão caro na zona sul que não dá mesmo... o mais prudente é, me atrasar pra um trabalho em detrimento de outro e ir pra casa comer enquanto subo o tal o arquivo pelo WeTransfer e respondo a outros emails.  Isso tudo vai sendo planejado na minha cabeça porque afinal de contas eles estão entrando na escola e eu preciso fazer escolhas. Vou mas, antes que eu possa agir e fazer algo pra solucionar o turbilhão acima, encontro a mãe de um amigo dos meninos que, no meio de uma conversa normal e de uma tentativa de achar uma brecha pra eles brincarem no feriado, me pergunta... "está tudo bem? como vc está dando conta das coisas?".

O mesmo tudo bem que o amigo me fez algumas horas antes, volta e, mesmo sem intenção, me derruba feito rasteira na capoeira. Derruba por dentro porque por fora eu não deixo não... A conversa vai a conversa vem, voltamos juntas pelo mesmo caminho e quando vejo é impossível segurar os olhos marejados: está tudo bem mas, não sei quanto tempo ainda aguento. porque tudo tem propósito e tudo tem um porque, só não sei se vai passar nem quando vai passar." E isso é o que me angustia...

Não saber quando as coisas vão se estabelecer e estabilizar.
Quando a poeira vai baixar.
Eu sei que aí é que reside o ato de fé. Mas, é justamente onde reside também, o ato da vontade e da paciência. Eita músculo difícil de exercitar.

Essa mãe abriu o coração dela. Eu abri o meu.
Mas, eu a encorajei a fazer coisas por ela mesma. E a enfrentar a vida. Em meio a minhas e angústias, percebi que a libertação é algo belo e maravilhoso mas, que se acompanha de medo e resignação... e a gente tem que aprender a separar um do outro pra não transformar a liberdade em prisão. o medo e a resignação fazem parte. adaptar-se a um novo comportamento, a uma nova atitude, abandonar velhos vícios e hábitos e encarar uma nova realidade não é fácil.. assusta mesmo. mas, é belo. e recompensador.

e essa foi a mensagem que eu tive pra ela. que também me fortaleceu.
eu voltei pra casa, mandei os emails, devorei algo de comida e fui trabalhar caminhando, seguindo a sugestão do amigo com quem falei de manhã.

trabalhei. mandei mensagens, emails, orientações, chequei e rechequei o filme com meus colegas de trabalho. falei com meu chefe e ouvi os desabafos dele. não, não. não só eu tenho problemas. sim, todos têm.

fechei a lojinha ali como pude e saí correndo pegar os guris na escola.
cheguei um pouco atrasada mas, eles me receberam com dobraduras do super cão e do super gato que eles mesmos inventaram ali naquele momento de espera.

fomos comprar comida, fomos pegar produto de limpeza porque eu precisava lavar roupa e tava tudo acabando. e voltamos pra casa cheios de sacolas. e eu deixei tudo na cozinha e vim ver TV, começar esse post, sabe como é? eu precisava me esvaziar. em meio a isso, fui lembrando que a máquina de lavar não tá bacana pois o botão de ligar no painel está com péssimo contato (ultrapassou o "mal-contato"). e fiquei imaginando se um dia consigo ter empregada de novo (afinal, bem ou mal, to dando conta né?) e também pensando em como vai ser quando eles crescerem... serei nada mais do que uma VELHA em trapos? e pensando que, como é que posso querer encaixar um relacionamento em meio a tudo isso? tem gente que já me questionou isso e eu disse "imagina, é tranquilo..." TRANQUILO?

olha essa rotina, pipou....
olha como minha cabeça tá cheia de coisa, como tô cheia de pendência e eu tô pensando em relacionamento?
tem hora que penso que ter uma outra pessoa ajudaria a eu não encanar tanto e crescer tanto o meu checklist de coisas não feitas. Às vezes, uma parceria te traz pra realidade. eu conto com a possibilidade de não estar sendo coerente comigo mesma...

Mas, como posso terminar o dia tendo feito tanta coisa e não ter feito nada?
NADA da lista das coisas que eram importantes?

MENTIRA! BULLSHIT!

Afinal, todas as coisas que fiz eram IMPORTANTES.
Mas, tenho questões acumuladas. E algo que não me deixa resolvê-las.

Quando chegamos em casa... (eles me ajudaram a carregar as sacolas pra dentro), eu avisei os meninos que a mamãe precisava descansar um pouco e fiquei ali no sofá deitada, exausta, olhando pra casa imunda (enquanto eles tomavam um lanche - mais prático impossível) e pensando sobre "quando terei energia de novo? e mais, ainda pensando em "porque será que minha energia anda tão baixa?" ou ainda,  "será que é a alimentação (ultimamente tem sido o unico lazer... comer)? será que é a falta de exercícios ou tempo para organizar uma rotina de exercícios? será que é solidão? mas, a gente não tem que ficar bem estando sozinho?........

(aê, já percebeu como o pensamento evolui?)
a pergunta é sempre essa: a gente não tem que estar bem estando sozinho?

eu então, resolvi ir dormir.
e estou indo dormir com meus guris.
e a casa que fique como está, já fiz demais por hoje.

me julguem.

(por isso, folks, que a meditação é algo tão importante - e praticamente impossível - para uma pessoa como eu. FOCO. meditação: ausência de pensamentos + conexão com o divino. Exercício da fé. Ausência de Pensamentos. enfim...............)

Foto encontrada em portermoto.tumblr.com
Tem tempo que estou querendo escrever sobre as questões que tenho observado na vida sobre ser mulher, ser negra etc e tal. Agora, das últimas constatações que tenho feito, uma delas é sobre o quanto a gente acaba sendo colocada pra escanteio na hora de um relacionamento sério e assumido para a sociedade. Sim, de forma geral, existem diferenças na forma como uma negra e uma branca são "levadas ao altar".

Falei sobre isso no post anterior (aqui: Militâncias)... Sempre achei que as situações que vivo/vivi eram localizadas, que tinham a ver com a minha postura diante da vida, com minhas atitudes para com as pessoas, com as minhas origens e com questões absolutamente pessoais e familiares. E, de alguma forma, sempre achei que se eu me escondesse mais, vestisse roupas mais largas, menos chamativas e mais formais, as pessoas me respeitariam mais, os gringos não me veriam como  a mulata do carnaval, que esse esteriótipo estaria descolado de mim.

E assim sempre foi.
E assim sempre estive enganada.

Há um tempo estou escrevendo sobre a solidão da mulher negra, que tenho percebido em diversos relatos mas, é algo tão sutil que tá me dando um trabalhão terminar. Parece até que não basta ter o embasamento pessoal... é preciso juntar os relatos e histórias várias (a essa altura tenho 3) para corroborar a teoria.

Mas aí, hoje é 02 de junho. Estamos pertinho do dia dos namorados e desde ontem começamos a ver as novas TENTATIVAS PUBLICITÁRIAS sobre o tema. E, de cara, nessa manhã cinza carioca, me DEPARO com essa foto que abre o post. Bonito né? Tentaram falar do amor livre. Quem vê a propaganda no YouTube vê um pouco da pluralidade do amor, poliamor... SQN!!!!!!

Lendo nas linhas expressas, são todos magros, são todos brancos. Os negros que aparecem estão todos com loiras e, meus caros... a NEGRA beija um manequim. Isso mesmo.

Daqui pra frente, não tenho como tecer mais nenhum comentário.

PROPAGANDA GANG REPROVADA!

eu sempre fui avessa às militâncias em algumas frentes por conta da minha falta de paciência para determinados embates, posicionamentos extremistas, posicionamentos vitimistas e ainda mais... porque inevitávelmente a militância acaba perdendo seu carater de luta para se tornar uma questão de embate político dentro do próprio movimento de militância. nessa hora, todos perdem.

falo isso sem medo de especificar o tema do qual falo porque acho que isso vale como um todo, para todos os movimentos. fato é que me dá preguiça.

mas, sabe...
depois que entrei nessa de descobrir que sou negra, já velha (parece absurdo mas...) e ir em busca de mais contato com as minhas raízes... o próprio contato com a capoeira e com as tradições orais africanas... não sei. mil questões e leituras entraram em pauta na minha já corrida rotina. questões de gênero, de raça... questões de posicionamento político, de moral e bons costumes, rsrs sabe como é?

E num geral, ter conhecimentos sobre isso me trouxe duas reflexões:

1. fica mais fácil lidar com as dificuldades diárias quando vc abre possibilidade para a origem das próprias dificuldades. às vezes, não é vc. ponto. às vezes é o sistema, é o macro que influencia (positiva ou negativamente) nas escolhas que vc faz. saber disso é bom: ajuda a aliviar a culpa (vivemos numa geração/cultura em que a culpa é primordial como sentimento de base) e ajuda também a encontrar alternativas mais eficazes para obter o que se quer.

2. como realmente as coisas ficam mais difíceis quando se está numa posição de marginalização. ultrapassar a linha do "vc é dono do seu nariz", "faça vc mesmo, "lute pelos seus sonhos", "você é o que você come" e coisas do gênero... caramba, é um esforço tremendo o de ignorar suas origens e sua realidade ao redor e virar o jogo numa sociedade onde tudo conspira e se esforça para que vc não seja diferente e simplesmente "se torne uma estatística".

Então, hoje, eu ainda acredito que não tenho paciência para embates políticos, ainda vivo um pouco à margem com um certo receio em me expor à discussões f'rívolas e inúteis mas....

MAS

Acredito piamente que a militância é necessária.
Por que, para mudar algo, é necessário um QUÊ de radicalismo e força... até uma certa brutalidade.
Afinal de contas, hoje a gente vive o racismo, o machismo, o elitismo já estabelecidos e enraizados de tal forma em nossa educação e cultura que sequer o percebemos... Mas, não foi de graça que as coisas ficaram assim... Foi necessário forçar a barra, foi na base de muita violência e desrespeito e mais que tudo, foi necessário muito TEMPO para que isso acontecesse.

No caso do Brasil, uns 400 anos de escravidão expressa, um verdadeiro holocausto em torno da população indígena que vivia do seu jeito por aqui... foi necessária muita aculturação, calar muitas revoluções, revoltas e até expressões religiosas e artísticas durante muito e muito tempo... sem contar na cultura machista e arrogante que veio dar lugar a tudo isso, durante a nossa colonização... enfim...

Hoje em dia, ler a respeito do feminismo e das questões relacionadas ao negro brasileiro (e americano, em geral) tem feito bem pra mim. A culpa pela impotência de realizar algumas coisas, alguns sonhos inclusive, diminuiu bastante e a compreensão de certas reações, relações e etc se fez muito mais ampla.

Eu pretendo falar disso um pouco mais aqui durante essa nova fase do blog.
Vamos vendo como as coisas se desenrolam.


Eu acho que preciso acordar. Acordar pra vida e me ligar.
Escolher um lado. Na verdade já escolhi o lado.

O lado da luz e da alegria. Só não sei como me manter nele sem pensar tanto na vida e ter tantas dúvidas. Overthinking, pensando muito, cabeção...

O que é mais confuso para mim é que não sou pessoa que fica só no campo das ideias com as coisas, realizo demais, faço muito durante meus dias. Faço até mais do que muita gente pode imaginar ou mesmo fazer. Durmo pouco por isso até....

Mas, tenho que confessar que apesar disso, ainda procrastino muito...
Infelizmente, o que tenho percebido é que, em nome da eficiência e do trabalho, acabo procrastinando em atividades que me proporcionam alegria e prazer: um passeio diferente, curtir a vida numa praia só olhando o céu, lazer mesmo... viagens... reuniões com amigos.

Ok, a situação econômica aqui não anda favorável mas, realmente, eu penso que é preciso fazer algo.
Acordar pra vida e me ligar.
Por que amo estar bem, amo estar feliz e amo não ficar pensando se fiz as coisas certas. Eu sempre faço o meu melhor... Enfim...

+ espontaneidade, por favor.


Meu idolatrado ex há algumas semanas respondeu a uma tentativa de comunicação minha e do filho dele com palavras simpáticas como "foda-se vc com sua vidinha inventada e falsa, traíra. você não tem noção. Você é suja e isso é um fato. E sujou a minha vida e não tem mais conserto.... piranha, compre sua felicidade, isso será sempre o seu destino. Podre... você é incapaz de compreender o que vc fez, a prepotencia de suas ações e a doença que trouxe. Que direito você tem de decidir sobre a vida de todos? Eu, o louco, doente.... me manda mensagenzinhas para me lembrar o que eu perdi, o que não é mais... Me fode. Vai Keila, pede a sua advogada justiça, vai...coitada. Compra tudo. Até que me internem. Até eu perder o último pingo de sanidade, se é que alguma vez tive, né? Sou egoista, um merda, um pobre coitado. Um lixo, um covarde que nem nem cojones para se matar... um estuprador que te fodia e que continua a te foder a existência. Vou falar com a puta que te pariu, infeliz. Você é um monstro. Inumana."
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Isso foi dia 22 de abril. Tem um mês.
Eu o bloqueei no whatsapp, porque algo me diz que eu não mereço ler, ouvir essas coisas.
Foi por coisas assim que eu me separei.
Porque ele pegava pesado assim quando falava comigo e queria me ofender.
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Todos os dias ouvindo que sou retardada, imbecil, idiota. Às vezes um de cada vez, às vezes os três. Às vezes, só "boluda" umas 3 ou 4 vezes ao dia... com a explicação de que na Argentina é assim mesmo. E, depois dessas palavras doces jogadas ao vento.... no minuto seguinte, vinha algo de como eu não tinha noção de como eu era linda, que eu era tudo pra ele. E no mínuto seguinte, que eu tinha muito potencial, que como eu não percebia. Que eu era bonita mas, que de perfil, não era bom, ficava feia. E também, de como ele sentia tesão ao me ver chorar....
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Ou seja, como não me separar né?
Como ele mesmo disse, um dia me tornei "forte o suficiente para tapar a boca dele e não ter mais que escutar isso".
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E há alguns dias ele escreve para a única caixa de email que é via de comunicação aberta e me escreve um email "aos meus filhos" para apresentar sua nova filha, Lara com sobrenome dele. Falando de mim e de todo o meu dinheiro, todos os meus advogados e todo o meu poder.... impressionante.
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Eu vivendo o momento mais delicado da vida, numa reconstrução louca das coisas. E ainda tenho que ouvir isso. Tá maneiro né?


Olha, que coisa mais bonita!

Escolhi um lugar para desenvolver minha espiritualidade.
E ontem aconteceu o meu batismo.

êêêêêêêêêêêê!!!
Não que eu seja assim uma pessoa religiosa.
Não acho que eu seja religiosa. Mas, sou espiritualizada. Sempre fui. Passei por muitos lugares. Há quase 15 anos estou lug
E vou atrás de desenvolver a minha espiritualidade. Deveria até fazer mais e melhor, vide o post sobre musculação da fé, de outro dia. Mas, digamos que essa questão do batismo para mim era um grande dogma. Um dogma que me fez rebelar contra a igreja católica na época do colégio e a segregação na hora da hóstia... Um dogma que me faz ter dúvidas sobre poder um dia casar na igreja ou não (meu Deus... casar na igreja! Será que um dia isso passou pela minha cabeça, de verdade?), uma questão que um dia me fez questionar se sou mesmo filha de Deus ou não (olha que absurdo!)


Uma cerimônia simples e "solitária" digamos assim, já que nenhum familiar ou amigo pôde comparecer...nem mesmo os meninos que tinham uma festinha de aniversário imperdível... ok, opção minha para eu ter mais tranquilidade e focar nesse momento especial de apresentação.
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achei bonito, bonito mesmo.
e me emocionei.
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fico feliz por terem me recebido. e por ter recebido tantas mensagens de que estou no caminho certo.
do amor, da renovação, da alegria.

Eu tava querendo ficar mal por conta desse post anterior, onde eu revivi em segundos, experiências chatas da minha vida. Mas, vou reconsiderar e seguir em frente. Bem.


Meus meninos precisam de mim bem, sou a referência.
Não há o que eu possa fazer que vá mudar a possibilidade de eles terem opinião própria a respeito de tudo isso lá na frente. O que eu posso fazer é tentar proporcionar uma vida mais alegre para eles. E para isso, eu mesma preciso experienciar, experimentar, viver a alegria. Plena.

Vou fazer isso por mim.
Hoje.
E, se tudo correr bem, SEMPRE.
Estou aqui em São Paulo desde domingo.
Milhões de sentimentos invadem mas, um dele se destaca: lamento por não poder ter mais tempo para "enjoy", para curtir a minha cidade. Vim com meus filhos e eles ainda não tiveram tempo de passear com a mamãe aqui. Em compensação, ficaram muito tempo com os primos, com a vó e com a tia.
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Eu, também tive o privilégio de curtir um tempo com a irmã, colinho de mãe e de dormir até mais tarde. Muito bom.
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E, claro, estou trabalhando muito.
Vim fazer a finalização do filme na O2.
Desde meus tempos de SP tinha vontade de entrar na O2.
Aê, então, mais um objetivo alcançado :-)
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O mais legal para mim é ver que lugar sensacional é a produtora e o clima que rola lá dentro.
E melhor ainda, ver que é um lugar onde eu poderia perfeitamente trabalhar.
Saber que não me sentiria nenhum pouco estranha de estar num lugar onde poderia crescer e trabalhar.
Vamos mentalizar, quem sabe?
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